Material coletado em expedição à Antártica chega ao Laboratório de Paleobotânica da Univates

Entre o fim de novembro de 2023 e o fim de janeiro de 2024, o professor e pesquisador André Jasper, da Universidade do Vale do Taquari – Univates, integrou uma expedição científica à Antártica com o objetivo de coletar amostras fósseis para o desenvolvimento de pesquisas no Laboratório de Paleobotânica e Evolução de Biomas do Museu de Ciências (LPEB/MCN). 

Imagens feitas em campo, na Antártica – Crédito – divulgação agoranovale (1)

Na última semana, após uma viagem de quase 4 mil quilômetros, as amostras chegaram a Lajeado. O material coletado representa uma oportunidade sem precedentes para o avanço dos estudos sobre as paleofloras de Gondwana e o impacto dos paleoincêndios vegetacionais no período Cretáceo, período compreendido entre 145 milhões e 66 milhões de anos atrás.

Imagens feitas em campo, na Antártica – Crédito – divulgação agoranovale (6)

A expedição de Jasper à Antártica foi parte do Programa Antártico Brasileiro (PROANTAR) e do projeto PALEOANTAR, sediado no Museu Nacional e que tem a Univates como parceira. Ele embarcou na missão OPERANTAR 42 no dia 23 de novembro de 2023, junto a uma equipe de cientistas e pessoal de apoio. O grupo viajou em aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB), com escalas em Punta Arenas, no Chile, e navegou no navio oceanográfico brasileiro NApOC Ary Rongel (H-44).

A viagem para a Antártica não foi isenta de dificuldades, com o trecho pelo Estreito de Drake, conhecido por suas condições de mar adversas, representando um dos principais desafios. Após passarem pela Estação Antártica Brasileira Comandante Ferraz, Jasper e sua equipe ficaram  acampados por 35 dias na Ilha James Ross, onde realizaram a coleta de fósseis em meio a condições climáticas rigorosas do continente mais inóspito da Terra. 

Imagens feitas em campo, na Antártica – Crédito – divulgação agoranovale (3)

Os pontos de coleta foram diversos, com alguns deles localizados a mais de 5 km do acampamento, o que significa que os mais de 200 kg de material coletado e destinado à Univates tiveram que ser transportados em mochilas a longas distâncias a pé. 

Imagens feitas em campo, na Antártica – Crédito – divulgação agoranovale (5)

Além de amostras de fósseis que integrarão a exposição permanente do Museu de Ciências da Univates, foram coletados fragmentos de plantas que viveram naquela região durante o Período Cretáceo. O estudo científico desse material será realizado pela equipe do LPEB/MCN no contexto dos projetos de pesquisa da graduação e do Programa de Pós-Graduação em Ambiente e Desenvolvimento (PPGAD). Um dos objetivos dessas análises é avaliar a evolução paleoclimática dos sistemas de altas latitudes do Continente Antártico, o que contribuirá para a compreensão dos ciclos climáticos de longo e curto termo do planeta. 

Confira aqui os diários de bordo da viagem 

Diário de bordo / Expedição à Antártica / Parte I

Diário de bordo / Expedição à Antártica / Parte II

Diário de bordo / Expedição à Antártica / Parte III

Importância das pesquisas

O trabalho de Jasper na Antártica visa aumentar o conhecimento sobre as paleofloras de Gondwana, o antigo supercontinente que abrangia a maior parte das terras hoje localizadas no hemisfério sul global. Além disso, os fósseis recolhidos permitirão estudar os paleoincêndios vegetacionais do Cretáceo, oferecendo uma visão em detalhes das mudanças ecológicas e climáticas ao longo de milhões de anos.

O professor André Jasper é um dos pioneiros nessa linha de pesquisa no Brasil. Sua trajetória começou há três décadas, quando participou da OPERANTAR 12 como bolsista de Iniciação Científica. Hoje ele lidera as pesquisas da área na Univates como professor, orientador acadêmico e coordenador 

do LPEB/MCN/Univates, em colaboração com cursos de graduação em Ciências Biológicas, o Museu de Ciências e o Programa de Pós-Graduação em Ambiente e Desenvolvimento (PPGAD).

A chegada do material fóssil ao LPEB da Univates representa um marco para a universidade e seus alunos. As amostras coletadas abrirão novas frentes de pesquisa, permitindo estudos que contribuirão para a formação de futuros cientistas e a promoção da ciência paleontológica no Brasil e no mundo.


Fonte: AI Univates

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