| Foto: Akira Cravo / Divulgação
| Foto: Akira Cravo / Divulgação
| Foto: Akira Cravo / Divulgação
| Foto: Akira Cravo / Divulgação
Muito – secundária
Matéria sobre o fotógrafo Akira Cravo, falecido no ano passado e que tem exposição póstuma na Galeria Matriz, no Palacete Tira Chapéu.
Foto:Denisse Salazar /AG. A TARDE
Data: 10/09/2024 | Foto: Akira Cravo / Divulgação
| Foto: Akira Cravo / Divulgação
Curador da mostra, o designer Lukas Cravo, irmão do homenageado, explica o que privilegiou durante a seleção das fotos. “A escolha das imagens que os espectadores vão ver na exposição traduz algo que Akira fazia muito bem, o uso de sombras e cores”, diz Lukas, para quem o irmão captava como ninguém as nuances. “Ao mesmo tempo em que as fotos são escuras, tem uma coisa ali meio misteriosa, mas tem uma explosão de cores nos detalhes”, afirma o designer.Lukas iniciou a seleção por dois trípticos do irmão. Tríptico é a junção de três imagens, semelhantes ou não, que formam um todo. “Quando eu escolhi esses dois que veio o start do que seria a sequência das demais imagens e o título da exposição”, declara o curador.Lukas escolheu fotos produzidas por Akira na Bahia e no Maranhão e aponta no enquadramento do irmão uma singularidade que dificulta os palpites sobre a localidade dos cliques. “Eu optei por não ter nada marcado como ponto turístico ou sítio histórico. Tem uma foto na Feira de São Joaquim que quem conhece bem o local vai identificar, mas quem não conhece pode achar que é outro lugar”, explica o curador.As imagens selecionadas por Lukas foram produzidas entre 2012 e 2016 e permaneceram guardadas ao longo desses anos. O curador afirma que essas peças trazem uma ideia de composição pensada pelo próprio fotógrafo, que também trabalhou por muitos anos com o irmão imprimindo fotos no Estúdio Lukas Cravo.Akira começou a fotografar aos 17 anos, quando ganhou do seu pai, Mário Cravo Neto, uma máquina fotográfica. No texto de apresentação do fotógrafo no site da Paulo Darzé Galeria, o artista e crítico de arte Justino Marinho afirma que a primeira reação de Akira ao receber o presente de aniversário foi de decepção, pois ele esperava receber óculos esportivos. Mas não tardou a usar a máquina. Deve ser muito difícil ter Cravo como sobrenome e recusar o apelo das artes.O presente de aniversário ganhou uma dimensão ainda maior para Akira porque um ano depois de receber a máquina fotográfica, Mário Cravo Neto morreu.Além de retratar a Bahia, o jovem artista fotografou atrizes famosas como Cleo Pires, Flávia Alessandra e Mariana Ximenes. Em 2013, morou por seis meses em São Paulo, onde trabalhou com J.R. Duran.EmoçõesSobre organizar a homenagem ao irmão falecido há pouco tempo, Lukas declara que foi um processo “tranquilo, mas cheio de emoções”, facilitado por ele conhecer bem o trabalho de Akira. Foi a inauguração da Galeria Matriz, um empreendimento do fotógrafo Kiolo e do empresário do setor de tecnologia Moacy Veiga, que ensejou a exposição de Akira. E contou muito o relacionamento pessoal e profissional de Kiolo com o homenageado e com o seu irmão Lukas Cravo, designer com estúdio de impressão com o qual trabalham artistas de renome, como Ayrson Hieráclito.Kiolo destaca que o seu sócio, além de ser um colecionador de arte, tem interesse em alavancar expressões artísticas. Por isso, a Matriz deve ter ênfase na exposição de artistas contemporâneos em diferentes linguagens, inclusive o grafite.Sobre a exposição inaugural, Kiolo declara: “Esse trabalho é mais sombrio, mais misterioso, mas extremamente colorido”, afirma o fotógrafo e marchand, ao destacar que o trabalho de Akira é extremamente vinculado às marcas soteropolitanas mais facilmente reconhecíveis, como a Feira de São Joaquim, a cultura afro-baiana, o Centro Histórico e o Porto da Barra – como o trampolim de pedra, de onde crianças se atiram nas águas cálidas da baía.Com a primeira exposição da galeria pronta, Kiolo diz que ele e o sócio estão vivendo cada dia, com as ocupações do presente. “Quando a mostra acabar, em novembro, a gente pretende fazer uma segunda exposição, que a gente não sabe ainda com quem vai ser. Estamos cogitando alguns nomes”, afirma o marchand.A exposição permanece em cartaz até 3 de novembro. O horário de visitação é de terça a quinta, das 16h às 21h; sexta a domingo, das 13h às 21h.