71% das mulheres enfrentam violência ao se deslocar

Uma pesquisa conduzida pelos Institutos Patrícia Galvão e Locomotiva, com apoio da Uber, indicou que 71% das mulheres no Brasil já vivenciaram algum tipo de violência durante seus deslocamentos nas cidades. O estudo, divulgado nesta sexta-feira (13), entrevistou mais de 4.000 brasileiras em nove capitais. Entre as mulheres LGBTQIA+, o índice é de 84%, e entre as mulheres pretas, 82%. Além disso, 97% das brasileiras afirmaram sentir medo de sofrer violência enquanto se deslocam. As principais preocupações incluem assalto, sequestro, estupro, assédio e importunação sexual.As capitais onde a pesquisa foi realizada incluem Belém, Belo Horizonte, Brasília, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo. Os tipos de violência mais relatados foram:44% receberam olhares insistentes ou cantadas indesejadas;26% sofreram assalto, furto ou sequestro relâmpago;17% relataram importunação sexual;16% sofreram discriminação por características pessoais, exceto raça;10% foram vítimas de racismo;6% relataram agressão física;3% foram vítimas de estupro.A pesquisa também identificou os fatores que aumentam a sensação de insegurança no deslocamento. A ausência de policiamento foi mencionada por 56% das entrevistadas, a falta de iluminação pública por 52% e a presença de ruas desertas por 50%. Outros fatores incluem espaços públicos em mau estado (44%), comportamentos agressivos ou desrespeitosos (42%) e problemas no transporte público (38%).Quer mais notícias do Brasil? acesse o nosso canal no WhatsAppJacira Melo, diretora executiva do Instituto Patrícia Galvão, comentou que o estudo revela como o medo das mulheres ao sair de casa está relacionado a experiências com violência urbana e de gênero. Ela ressaltou que as entrevistadas identificaram medidas que podem melhorar a segurança e destacaram a responsabilidade do Estado, especialmente das prefeituras, na implementação dessas ações.A pesquisa também mostrou que a maioria das vítimas de violência mudou seus hábitos após os incidentes. Mais da metade enfrentou impactos psicológicos, e apenas 23% receberam auxílio de testemunhas no momento da violência.
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