Um em cada quatro brasileiros já foi afetado por desastres ambientais

Uma pesquisa inédita do Movimento União BR em parceria com a Nexus – Pesquisa e Inteligência de Dados, divulgada ontem, 27, aponta que um em cada quatro brasileiros já vivenciou ou conhece alguém que passou por uma tragédia ambiental. O levantamento mostra que cerca de 25% da população já esteve diretamente ou indiretamente envolvida em episódios como enchentes, deslizamentos de terra, queimadas e tempestades.Desse total, 7% relataram terem sido diretamente impactados por um evento climático extremo. Outros 15% afirmaram conhecer alguém próximo que enfrentou esse tipo de situação, enquanto 3% disseram ter sido afetados e, ao mesmo tempo, conhecerem outras vítimas. No total, estima-se que aproximadamente 16,9 milhões de brasileiros já tenham experimentado os efeitos devastadores de um desastre natural.Enchentes e alagamentos lideram a lista dos desastres mais comuns entre os atingidos, com 68% das menções. Em seguida aparecem tempestades (7%), deslizamentos (6%), queimadas ou incêndios (5%), queda de barragem (2%) e secas (2%). Outros tipos de tragédia foram citados por 5% dos entrevistados, enquanto 4% não souberam ou preferiram não responder.Conteúdos relacionados:Belém recebe alerta de chuvas fortes e alta da maré nos próximos diasDoca ganha comportas para conter enchentes em Belém. Veja como funcionam!A pesquisa foi realizada entre os dias 29 de abril e 5 de maio deste ano, com 2.013 entrevistados, em todas as 27 unidades da Federação. As entrevistas foram feitas de forma presencial, com margem de erro de dois pontos percentuais e 95% de nível de confiança.Apesar da frequência dos desastres ambientais, o levantamento revela que 77% dos brasileiros nunca tomaram nenhuma medida preventiva – como reforçar a estrutura da casa ou montar um kit de emergência. Apenas 22% disseram estar, de alguma forma, preparados para enfrentar um desastre.Esse índice sobe entre os que já enfrentaram situações de risco. Entre os diretamente atingidos, 42% afirmam ter tomado providências preventivas. Já entre aqueles que conhecem vítimas e também foram afetados, a taxa é de 41%. Mesmo entre os que apenas conhecem alguém em situação semelhante, o percentual de ações preventivas chega a 31%.Metade dos entrevistados (50%) declarou não saber onde buscar informações em caso de emergência – como serviços de resgate ou abrigos seguros. Outros 48% disseram saber o que fazer, enquanto 2% não souberam ou não quiseram responder.Quer saber mais notícia do Pará? Acesse nosso canal no Whatsapp“Esses dados mostram que o tema ainda é pouco discutido no país. A atenção só vem à tona quando há uma tragédia. Precisamos de mais campanhas educativas, principalmente em áreas suscetíveis a enchentes e alagamentos, que são os desastres mais recorrentes”, alerta Marcelo Tokarski, CEO da Nexus e coordenador da pesquisa. “A conscientização deve começar nas escolas e se estender às comunidades”.Ao avaliar a atuação dos governos na prevenção de tragédias ambientais, 42% dos brasileiros consideram as ações pouco ou nada efetivas. Para 26%, a resposta é “pouco efetiva” e, para 16%, “nada efetiva”. Um terço (33%) considera que as ações são “mais ou menos efetivas”, enquanto 14% as veem como “efetivas” e 7%, “muito efetivas”. Outros 5% preferiram não opinar.Saiba mais O espírito solidário permanece forte entre os brasileiros. De acordo com a pesquisa, 82% dos entrevistados já ajudaram vítimas de tragédias ambientais de alguma forma. Desses, 21% atuaram como voluntários em ações diretas.As doações de roupas e calçados foram as mais frequentes (68%), seguidas por doação de alimentos e água (58%), divulgação de campanhas (49%), doação em dinheiro (37%) e de medicamentos (27%). Intenção de colaborar em futuras tragédias é alta: 49% dos entrevistados afirmam querer se voluntariar, 42% planejam doar medicamentos e 29% pretendem doar mantimentos. Segundo Tatiana Monteiro, presidente do Movimento União BR, os dados são estratégicos para fortalecer campanhas de voluntariado.
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