Um levantamento inédito da Polícia Científica do Espírito Santo revelou um dado alarmante: 42% das vítimas fatais de acidentes de trânsito analisadas entre 2013 e 2023 haviam consumido álcool e/ou drogas antes do sinistro. A informação faz parte do Painel Pericial de Instituições Executivas, lançado nesta terça-feira (27), em Vitória.O estudo foi desenvolvido a partir da análise de 3.559 casos atendidos pelo Instituto Médico Legal (IML) de Vitória. Desses, em 73% vítimas foram coletadas amostras biológicas para exame toxicológico. Os dados foram cruzados e organizados com o auxílio de inteligência artificial, por meio de um robô programado para extrair dados dos laudos.De acordo com a perita Mariana Dadalto, chefe do Laboratório de Toxicologia Forense (LabTox), a substância mais encontrada foi o álcool (32% dos casos), seguida por cocaína (11%), maconha (8%) e anfetaminas (6%). “Mais da metade das vítimas com resultado positivo estavam na faixa etária de 25 a 44 anos e eram, em sua maioria, homens pardos”, explicou.O levantamento integra uma pesquisa financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes), em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e o Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes). Os dados já estão disponíveis no site da Polícia Científica.O levantamento mostrou ainda que os homens apresentam maior índice de positividade nos testes toxicológicos do que as mulheres, e que o uso de cocaína foi mais frequente entre pessoas de 30 a 34 anos. Já o consumo de maconha teve maior incidência entre jovens de 18 a 24 anos.“Esse é o primeiro painel com dados abertos de toxicologia do Brasil, e pode ajudar a entender o perfil das vítimas para melhor direcionar campanhas educativas e ações repressivas”, concluiu Mariana.
Insegurança no trânsito: 42% das vítimas fatais haviam consumido álcool ou drogas
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