Uma laje de arenito no sudeste da Austrália revelou mais do que simples pegadas: ela antecipou em 40 milhões de anos o surgimento dos primeiros vertebrados plenamente adaptados à vida terrestre. As marcas, deixadas por um animal de cinco dedos com garras definidas, apontam para um réptil do grupo dos amniotas, linhagem que inclui répteis, aves e mamíferos. A datação é surpreendente: 356 milhões de anos.Até então, acreditava-se que os primeiros répteis terrestres haviam surgido no hemisfério norte, bem depois do fim do período Devoniano. Mas as trilhas fossilizadas na região de Victoria contam outra história. Elas sugerem que a conquista do ambiente terrestre pode ter começado no hemisfério sul, logo após uma das maiores extinções em massa da história da Terra.VEJA TAMBÉMAnel de ouro de 2300 anos encontrado em Jerusalém revela rituais de transiçãoAchado inédito revela tatuagens no rosto de múmia andina de 800 anosTúmulo de 2 mil anos pertenceu à sacerdotisa da deusa CeresO detalhe mais revelador das pegadas é a forma como foram deixadas: indicam um animal capaz de sustentar o próprio peso fora da água. Essa aptidão, essencial para a vida em terra firme, exige um aparato muscular, ósseo e respiratório mais sofisticado — características que até então se pensava terem surgido muito mais tarde.“Essas trilhas mostram que os primeiros amniotas já caminhavam com desenvoltura em terra firme muito antes do que imaginávamos. É preciso rever os modelos da transição aquática para terrestre”, afirmou um dos pesquisadores.Quer saber mais de curiosidades? Acesse o nosso canal no WhatsAppA descoberta também amplia o mapa da evolução: a presença precoce de répteis adaptados ao solo seco em regiões austrais indica uma diversificação geográfica mais ampla e rápida do que se supunha. E, com isso, a própria linha do tempo da evolução de sistemas como o respiratório e o reprodutivo, cruciais para a vida longe da água, ganha um novo ponto de partida.
Pegadas de réptil antecipam ida à terra firme em 40 mi de anos
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