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Kadidja Fernandes/AT
O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Marcelo Santos (União Brasil), destacou a importância que a federação União-Progressista terá no tabuleiro eleitoral de 2026.Segundo ele, a recém-formada federação transformou o PP e o União Brasil nos maiores partidos do País, e, para ser coadjuvante, ela não participará de nenhum projeto. Em visita à Rede Tribuna, Marcelo falou ainda sobre os planos para a Assembleia Legislativa. Recebido pelo superintendente Alexandre Gabriel, ele deu entrevista no Estúdio Tribuna Online e falou também sobre os seus próprios projetos políticos para o futuro. A Tribuna – Presidente, a Assembleia lançou um projeto de formação de jovens na política. Qual foi o intuito disso?Marcelo Santos – Eu acredito que os jovens não estão tão engajados assim na política. Queremos que eles tenham uma noção exata do papel da política na vida deles e o papel de cada político e seu trabalho, entendendo qual é o modelo de gestão que melhor pode ser aplicado numa cidade, num estado, num País.Foi muito bacana porque fizemos a aula inaugural, e eu tive a oportunidade de fazê-la na própria Assembleia Legislativa. Foi uma surpresa muito boa: mais de 700 alunos inscritos e participando, né? Não foi só a inscrição, foi a participação de mais de 700 alunos que nos deram a oportunidade de falar de gestão.Agora, essa formação sai do eixo da Assembleia e se regionaliza. Teremos uma escola em Linhares, no Sul, e no Caparaó. Ou seja, teremos escola em vários polos do Espírito Santo para que nós possamos alcançar o maior número de jovens.Recentemente o senhor começou uma grande reforma no prédio da Assembleia. O que ainda há para fazer?Reformas avançadas. Importante dizer que não é por uma questão estética ou vaidade do presidente ou dos deputados. Aquilo é um patrimônio público. A construção da Assembleia foi feita com recurso público e nós temos que zelar por isso.Quando você não faz as manutenções preventivas, naturalmente você tem um gasto ainda maior. E por não terem sido feitas as manutenções nos períodos certos, hoje temos esse gasto.Nós fizemos uma reestruturação, um projeto de reforma, onde priorizamos, por exemplo, os gabinetes parlamentares, que é onde recebemos a população. Demos atenção também à reforma das comissões, que debatem todos os temas importantes. Nós temos um problema grave na parte externa, pois as pastilhas do prédio estão caindo. O nosso sistema de cabeamento elétrico é ultrapassado. Tudo isso será substituído, mas por ordem de prioridade. Recentemente, houve a confirmação da federação União-Progressista. Qual será o impacto disso no Estado?Temos agora União Brasil e Progressistas juntos, como o “maior partido do País”, com efeitos enormes aqui no Espírito Santo. É a federação com maior tempo de televisão, principalmente nesse momento da disputa majoritária. A televisão é fundamental, porque ela vai poder mostrar as propostas do nosso candidato a governador, a senador, dos nossos parlamentares que vão disputar tanto na esfera federal quanto estadual.Eu e o deputado federal Da Vitória (PP), que vai presidir a federação, temos uma relação política e de amizade histórica. Nós já vínhamos conversando há um bom tempo sobre isso. Agora, com a federação, acredito que vamos conseguir dar passos muito maiores, como, por exemplo, fazer até seis estaduais e quatro deputados federais, além de discutir candidaturas ao Senado e ao governo.A partir de agora, tudo vai depender dos alinhamentos que teremos. Nós queremos ter parceria com quem tem parceria conosco. Vamos entender que a parceria é com quem nos enxerga como prioridade. Se não houver da outra parte um olhar como esse, entenderemos que não somos prioridade e, não sendo, não estaremos onde não sejamos vistos como protagonistas. Para ser coadjuvante, não participaremos de nenhum projeto. É vontade do senhor que a federação participe do projeto do governador Casagrande (PSB) e, consequentemente, do projeto do vice-governador, Ricardo Ferraço (MDB)?Sim. O governador e eu temos uma relação histórica desde a campanha dele ao Senado. Participei efetivamente, inclusive atraindo o apoio do meu pai (Aloízio Santos), que não o apoiava. Tive a missão de convencer meu pai de que poderíamos fazer um alinhamento. Eu vejo no Renato uma figura humana muito fantástica. Eu chefio um Poder, assim como ele. Mas faço de tudo para que nós possamos convergir, para que os meus colegas deputados não coloquem a ideologia partidária à frente dos interesses do Estado.Naturalmente, ele vai conduzir o processo da sua sucessão. O sucessor imediato dele é o vice-governador Ricardo Ferraço. Por quê? Porque é vice-governador, está no direito da reeleição. Eu acredito que, com muita sensatez, os atores políticos têm que entender que o Ricardo não está querendo disputar a reeleição, mas tem o direito da reeleição.Nossa federação vai dialogar, porque também queremos discutir majoritárias. E aí eu falo de Senado e governo. Da Vitória está preparado para assumir qualquer uma dessas vagas. Nós estamos trabalhando para que ele seja senador da República. Mas, diante de qualquer outra circunstância, caso não haja uma disputa dentro do nosso grupo e Ricardo, por exemplo, decida não disputar por vários motivos – eu não acredito nisso, acredito que Ricardo vai disputar –, mas não disputando, o deputado Da Vitória é nossa opção.Presidente, seu objetivo para o ano que vem segue sendo a Câmara Federal, ou se surgir uma possibilidade para majoritária, você encara o desafio?Fiz um plano de voo para Brasília: deputado federal. Mas estou preparado para jogar em qualquer posição. Porém, sei o tempo de cada um. Como eu disse: respeito o tempo do Ricardo, porque ele não é um candidato apenas, ele é o vice-governador e vai assumir o governo do Estado por conta da saída de Renato do cargo. Estará no direito da reeleição. Meu projeto é a Câmara, mas, se na conjuntura, nas composições mais para a frente, tiver um espaço em que eu possa subir e, de repente, surgir vaga no Senado, eu não vejo problema em disputar. Mas é algo que eu não quero debater, até porque eu não estou planejando concorrer ao Senado ou ao governo. O nosso planejamento vem sendo feito há 4 anos para que possamos deixar a Assembleia Legislativa, após seis mandatos consecutivos como deputado estadual e também ter presidido a Casa. “O papo agora é federal”, como costumo dizer.Quem é Marcelo SantosFormado em Administração e Direito, Marcelo Santos (União Brasil) é pós-graduado em Direito Político e realizou extensão universitária em Integração de Competências no Desempenho de Atividades Judiciárias com Usuários e Dependentes de Drogas pela Universidade de São Paulo (USP).Atualmente, está em seu sexto mandato consecutivo como deputado estadual. Nas eleições de 2022, Marcelo Santos recebeu 41.627 votos dos eleitores capixabas.