Formação em audiovisual e IA abre portas para jovens periféricos na Bahia

O projeto Cri.ativos da Favela, que oferece formação prática em audiovisual e inteligência artificial para jovens periféricos, chega à Bahia com o objetivo de transformar vidas e inserir os participantes no mercado de trabalho. “O Cri.ativos foi um divisor de águas na minha vida”, afirma Andy Amaral, jovem carioca que teve sua trajetória profissional transformada pelo programa.

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Em entrevista ao portal A TARDE, Andy conta que com apenas seis meses de carreira, ela já colhe os frutos de sua participação na mentoria, permitindo-lhe trabalhar com grandes marcas. “Eu tenho seis meses de profissão e estou ganhando muito bem, pra quem acabou de começar. O Cri.ativos me tirou da fase inicial e me colocou diretamente no mercado de trabalho. Já trabalhei com marcas grandes como a SmartFit e empresas internacionais. No Cri.ativos, aprendi a trabalhar em equipe e sou muito grata por tudo que ele me proporcionou”, compartilha com entusiasmo.

Andy Amaral

|  Foto: Victoria Isabel/ Ag. A TARDE

Lançado em 2023, durante a criação do festival, The Town em São Paulo, o projeto se expandiu para o Rio de Janeiro e agora chega a Lauro de Freitas, na região Metropolitana de Salvador. Idealizado pela Favela Filmes, pela CUFA (Central Única das Favelas) e pelo Instituto Heineken, o Cri.ativos tem como objetivo abrir portas para jovens através da capacitação.A expectativa para a chegada do projeto em Salvador é alta. Samires Santos, de 21 anos, moradora de Vida Nova, em Lauro de Freitas, será uma das futuras alunas da turma baiana e compartilha sua empolgação. “A gente, que é da periferia, sabe como é difícil adentrar no meio desses projetos. Desde criança eu sempre gostei do audiovisual, sempre estava ali com o celular gravando qualquer coisa, desenhando também, sempre tive uma criatividade muito aflorada. Então eu estou mega ansiosa para aprender novas coisas, conhecer novas pessoas e expandir o que eu sei”, conta.

Samires Santos, 21 anos

|  Foto: Victoria Isabel/ Ag. A TARDE

ProjetoSegundo Márcio Lima, vice-presidente da CUFA, a proposta vai além da formação técnica. Ele destaca que o mais importante é o protagonismo que os jovens ganham ao ingressar no programa que os coloca diretamente no mercado de trabalho.“O projeto funciona com parcerias tanto com as emissoras quanto com os órgãos que trabalham com o audiovisual, onde eles vão ter a oportunidade de estar produzindo e o produto deles ser exibido nesses locais. O projeto é a grande ponte entre os jovens em formação e o setor que emprega e que contrata”, explica.Débora Freire, coordenadora do Cri.ativos da Favela, afirma que os alunos em Salvador terão acesso a equipamentos de ponta. “Eles terão câmeras, computadores, são 30 ilhas de edição que a gente tá montando com pacote Adobe, com ferramentas de IA, então eles vão ter acesso para aprender na prática”, garante.”É uma jornada criativa sobretudo de inclusão. Inclusão desses jovens nesse mundo, nesse universo para dar acesso a tecnologia e acesso a mais criatividade para que eles possam mostrar o talento deles. A gente sabe que eles têm talento, mas às vezes falta oportunidade para poder mostrar. E esse projeto vem trazendo isso”, completa.Representando o Instituto Heineken, Mariana Romano ressalta a importância da formação prática e da valorização de talentos. “É a nossa terceira turma, a gente já tem 180 jovens formados em audiovisual e inteligência artificial. Em nossa metodologia, o nosso principal objetivo é trazer essa potência, essa criatividade desses jovens, esses talentos, para eles estarem preparados, eles terem as ferramentas adequadas para estar entrando no mercado de trabalho. Então, a gente chega aqui com esse intuito de dar voz a esses talentos e trazer para muitas vezes o que foi lhe tirado, as oportunidades e as ferramentas certas para eles estarem conseguindo serem lapidados e começarem a trabalhar”, afirma.

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