O grupo “Amigos da História”, de Paranaguá, realizará a palestra “O Naufrágio da Cotinga, Memória, Percepção e Preservação”, com o pesquisador Geraldo Hostin, arqueólogo profissional. O evento é gratuito e acontecerá nesta sexta-feira, 23, às 15h, no auditório do Museu de Arqueologia e Etnologia – MAE Paranaguá.
De acordo com Geraldo, a palestra será uma pequena continuação do seu estudo sobre o pirata da Ilha da Cotinga, o La Buse. “Vou usar como ponto de partida para mostrar o que aconteceu em Paranaguá, não foi um caso isolado de pirataria. O naufrágio na Cotinga foi o início de um processo anômalo de pirataria que aconteceu no Brasil de 1718 a 1722, quando as rotas marítimas foram ameaçadas por grupos de crime organizado, no qual La Buse era um dos que chefiavam”, explicou o pesquisador.

A palestra irá tratar desse fato histórico e também sobre a importância do naufrágio na Ilha da Cotinga para a proteção do patrimônio arqueológico e ambiental.
“Nessa segunda parte eu vou mostrar os problemas que estão acontecendo. Tem pessoas, por exemplo, que veem o naufrágio apenas como uma fonte de tesouro, uma maneira utilitarista de ver o naufrágio como fonte de tesouro. Inclusive alguns sítios arqueológicos na Cotinga estão sendo, vamos dizer assim, escavados por caçadores de tesouro”, disse Geraldo.
Segundo ele, o objetivo é mostrar que o patrimônio tem não só uma escala local, como global devido às conexões com a pirataria. “Aquele naufrágio pirata, por exemplo, ele é raríssimo. Confirmados mesmo só tem mais dois. Um deles é o Wida, na costa americana. E também na costa leste americana o Queen Anne’s Revenge. O navio que naufragou em Paranaguá tem uma importância arqueológica e histórica que vai além das nossas fronteiras”, evidenciou Geraldo.
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O grupo evidencia que esta é uma oportunidade única para engajar o público interessado em uma narrativa interdisciplinar que une história, arqueologia e filosofia. Ao refletir sobre a pirataria e o naufrágio da Ilha da Cotinga, a apresentação desafia visões romantizadas do passado e promove uma ética de preservação que transcende fronteiras nacionais. A abordagem filosófica enriquece o diálogo, convidando o público a repensar a relação entre memória, patrimônio e responsabilidade ambiental.