Diante do aumento dos furtos de cabos de cobre no Rio Grande do Norte, a distribuidora Neoenergia Cosern iniciou a marcação de sua rede elétrica com uma tinta inteligente que promete dificultar a revenda do material roubado. A substância, que contém micropartículas com nanotecnologia, torna o cobre rastreável mesmo após ser triturado ou derretido.
A medida começou a ser adotada em municípios com alto número de ocorrências como Mossoró, Tibau, Grossos, Areia Branca, Porto do Mangue, Macau e Guamaré. De janeiro a abril de 2025, os furtos de cabos deixaram 110 mil potiguares sem energia – aumento de 9% em relação ao mesmo período do ano anterior. O impacto atinge desde residências até hospitais, escolas e parques eólicos, com interrupções que duram, em média, nove horas.
Segundo dados da distribuidora, somente em 2024 foram registradas 1.678 ocorrências do tipo, resultando na perda de 49 toneladas de cabos de cobre e deixando mais de 500 mil pessoas sem energia no estado. O prejuízo acumulado com a reposição de redes e postes danificados já ultrapassa os R$ 24 milhões.
Para reduzir o interesse dos criminosos, a empresa também está substituindo cabos de cobre por alumínio em trechos considerados críticos. Entre setembro e dezembro de 2024, a linha de alta tensão entre Areia Branca e Mossoró teve todo o cobre trocado, após quatro ataques sucessivos. Atualmente, os trabalhos seguem na linha entre Macau e Guamaré, onde 60% dos 27 quilômetros já passaram pela troca. O custo total para substituir os cabos nas quatro linhas mais atingidas é estimado em R$ 30,7 milhões.
Além das ações da empresa, o Governo do Estado publicou em setembro de 2024 um decreto exigindo o cadastro de empresas que compram ou vendem materiais como cobre, alumínio, baterias e transformadores. O objetivo é dificultar o escoamento de materiais furtados e reforçar a rastreabilidade nas operações de reciclagem.