Reitor da Ufersa confirma prejuízos com incêndio e alerta para cortes de R$ 3,3 milhões no orçamento

O reitor da Universidade Federal Rural do Semiárido (Ufersa), Rodrigo Codes, confirmou que o quarto atingido por um princípio de incêndio na residência masculina do campus de Mossoró foi lacrado e já passou por perícia. O incidente ocorreu na madrugada de sábado para domingo, por volta das 4h, e foi contido pelos próprios estudantes.

“Logo nas primeiras horas do domingo, a nossa equipe de gestão esteve presente na residência”, afirmou Codes. “O que houve, de fato, foi um princípio de incêndio que atingiu duas camas, o forro e alguns equipamentos dos alunos. Graças a Deus, não houve dano humano.”

Os estudantes afetados foram recebidos no gabinete da Reitoria, e Codes garantiu que “todos os danos materiais serão ressarcidos pela universidade”. Eles foram realocados para outras residências, e a conclusão da perícia deve ocorrer até a manhã seguinte. Segundo o reitor, a Ufersa já acionou o Corpo de Bombeiros, a Polícia Federal e abriu uma comissão interna para apurar o caso.

Sobre a estrutura das moradias, o reitor explicou que a unidade masculina havia passado por reforma e sido entregue em 2023. “Nós temos, de fato, na residência feminina, relatos de instabilidade, onde já estão sendo providenciadas diligências”, disse, em entrevista à TCM Mossoró.

Codes também detalhou a situação orçamentária da universidade, que sofreu cortes de R$ 3,3 milhões em 2025. “A lei orçamentária anual foi aprovada apenas em abril. Tivemos um corte de R$ 1,3 milhão na primeira relatoria e R$ 2 milhões na segunda relatoria”, disse. “Isso compromete o orçamento do Executivo e a gente está sentindo esse impacto.”

Segundo o reitor, a universidade só pode usar 1/18 do orçamento por mês, o que estende o uso previsto para um ano em até 18 meses. “No mês de dezembro, será liberado aproximadamente 39% do orçamento. Isso é muito comprometedor.”

Entre os efeitos, estão a suspensão de editais de pesquisa e extensão, além de dificuldades em liberar transporte e compra de insumos para aulas práticas. “A comunidade acadêmica tem sentido nesse aspecto sim. […] O funcionamento da universidade no ensino, na pesquisa, na extensão fica comprometido.”

Apesar disso, Codes afirmou que a prioridade tem sido manter o pagamento de bolsas estudantis e dos contratos de pessoal terceirizado. “Temos priorizado pagar as pessoas, as bolsas, os auxílios, os nossos funcionários terceirizados.”

O reitor afirmou que há articulação nacional para enfrentar o problema. “A Andifes tem agido junto ao Ministério da Educação para que isso seja revertido de imediato. […] A gente precisa não somente da recomposição, mas também de uma suplementação.”

Codes também respondeu sobre acusações de motivação política envolvendo sua gestão. “Com relação a acusações infundadas, difamatórias, isso que eu tenho a dizer é que a gente repudia conveniência. […] O momento é de união na nossa universidade.”

Ele reforçou que a Ufersa completa 20 anos como universidade federal em 2025 e anunciou eventos comemorativos nos campi de Angicos, Caraúbas, Mossoró e Pau dos Ferros, com presença do ministro da Educação.

Em relação à evasão nos cursos de graduação, Codes reconheceu a queda de procura pós-pandemia, mas apontou sinais de recuperação. “Nós temos 47 cursos de graduação nessas quatro cidades. Aproximadamente 1.200 alunos em Angicos, Caraúbas e Pau dos Ferros e 6 mil em Mossoró.”

A universidade realiza ações para atrair estudantes, como a Feira de Ciências do Semiárido Potiguar e eventos como o SECITEC e o ECOP. “São ações de extensão e de ensino que a gente tem buscado realizar para atrair a comunidade para dentro da universidade.”

Segundo o reitor, a assistência estudantil é uma das prioridades da gestão. “De um orçamento de custeio de R$ 60 milhões, R$ 10 milhões é especificamente para a assistência estudantil. O que nós necessitamos hoje é de R$ 15 milhões.”

Na pós-graduação, a Ufersa conta com 19 programas, incluindo novos doutorados. “Nós temos três doutorados na área das ciências agrárias e um doutorado em rede.”

Rodrigo Codes concluiu afirmando que a administração segue em busca de soluções: “A gente precisa se organizar para que tudo que a gente precisar de compra, de insumos, de materiais, seja comprado nesse momento. Estamos lutando para que haja essa recomposição o mais breve possível.”

Estudantes serão ressarcidos por perdas em princípio de incêndio na Moradia Estudantil

Os estudantes residentes da Casa 4 da Moradia Estudantil do Campus Sede, em Mossoró, reuniram-se na manhã desta segunda 19 com o reitor, que determinou a adoção das medidas para o acolhimento social e pedagógico para fins de ressarcimento de todas as perdas materiais em decorrência do princípio de incêndio na madrugada do último domingo, dia 18.

As chamas se iniciaram por volta das 4h atingindo parte de um dos dois quartos da Casa 4 da vila masculina. No momento, não havia nenhum morador na unidade e, considerando que as chamas foram contidas rapidamente, estão todos integralmente sãos e nenhum outro cômodo foi atingido.

O espaço está isolado para que as equipes técnicas periciem e investiguem as causas da ocorrência. A Pró-reitoria de Assuntos Estudantis informou que os colchões serão substituídos e a Universidade irá realizar contratação emergencial para atender o pedido por vigilância eletrônica e a dedetização.

Os estudantes da unidade estão abrigados em outras unidades da Moradia Estudantil e em contato direto com a equipe de assistência estudantil.

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