
Causou surpresa, na última terça-feira (20), uma fala do secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, durante audiência no Senado do país. Rubio abordou a importância estratégica da energia e citou, especificamente, o caso da usina de Itaipu.
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De acordo com Rubio, “a frente energética estará na vanguarda da política externa dos Estados Unidos durante os próximos cem anos”. Conforme o secretário, novas tecnologias, como a inteligência artificial, demandam grande disponibilidade de energia.
A respeito, o chefe da diplomacia do governo de Donald Trump mencionou “países com excedente de energia” e contextualizou o caso do Paraguai. O país vizinho administra, em conjunto com o Brasil, a hidrelétrica de Itaipu, no Rio Paraná.
“Atualmente, o Paraguai tem uma usina hidrelétrica e tinha um acordo de longo prazo com o Brasil, no qual vendia 50% da energia e que agora já expirou”, apontou Rubio, em referência ao Anexo C do Tratado de Itaipu, em processo de renegociação.
“O Paraguai está procurando o que fazer com os 50% da energia gerada, que já não chegarão ao Brasil. Eles não podem colocar a energia em um tanque e exportá-la”, exemplificou. “Alguém inteligente irá até lá e abrirá um servidor de inteligência artificial.”
EUA de olho em Itaipu?
A fala de Marco Rubio, que tem origem cubana e já esteve em Assunção, foi recebida no Paraguai como um incentivo aos investimentos no país. De fato, o governo paraguaio busca formas de ampliar o uso local da energia de Itaipu.
Estruturas do tipo datacenter, utilizadas por empresas de tecnologia, demandam alto consumo de energia e água (empregada para a refrigeração). O Paraguai reúne essas condições, mas tem como ponto fraco a conectividade, distante dos cabos submarinos.
No Brasil, a citação de Rubio à usina de Itaipu recebeu diversas interpretações. À CNN, o ex-diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) Luiz Eduardo Barata disse que a fala reforça o poder de barganha do Paraguai.
“Sem dúvidas, isso vai dificultar a discussão entre Brasil e Paraguai sobre o Anexo C. O Paraguai não tem hoje muitas cartas na manga e passa a ter”, avaliou.
O Anexo C do Tratado de Itaipu define as bases financeiras para o funcionamento da usina. A conclusão do novo acordo estava prevista para maio de 2025. Entretanto, denúncias de espionagem brasileira sobre o Paraguai paralisaram as conversações.
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