A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) ouve nesta quinta-feira 22, oito testemunhas indicadas pelo tenente-coronel Mauro Cid no processo que investiga uma tentativa de golpe de Estado em 2022. Os depoimentos ocorrem por videoconferência a partir das 8h e serão presididos pelo ministro relator Alexandre de Moraes.
As testemunhas ouvidas são:
- Flávio Alvarenga Filho, general de divisão do Exército
- João Batista Bezerra, general de divisão do Exército
- Edson Dieh Ripoli, general de divisão do Exército
- Julio Cesar de Arruda, general do Exército
- Fernando Linhares Dreus, coronel do Exército
- Raphael Maciel Monteiro, capitão do Exército
- Luís Marcos dos Reis, sargento do Exército
- Adriano Alves Teperino, capitão do Exército
As audiências com os envolvidos no caso seguem até 2 de junho. Após a fase das testemunhas de acusação, tem início agora a oitiva das testemunhas de defesa. A primeira é Mauro Cid, por ter firmado delação no processo. Em seguida, os depoimentos continuarão conforme a ordem alfabética dos réus.
A defesa de Mauro Cid fará as primeiras perguntas. Em seguida, as demais defesas, a Procuradoria-Geral da República (PGR) e os ministros da Primeira Turma poderão fazer questionamentos.
Até o momento, cinco das 82 testemunhas arroladas no processo contra o “núcleo 1” da tentativa de golpe foram ouvidas. Esse grupo é conhecido como “núcleo crucial” da operação. Os depoimentos têm sido marcados por contradições entre comandantes das Forças Armadas e por repreensões do ministro Alexandre de Moraes a testemunhas e advogados.
Após a fase de depoimentos, Moraes deve marcar os interrogatórios dos réus. Esses procedimentos integram a ação penal que decidirá se os envolvidos serão condenados ou absolvidos.
Em março de 2025, o STF tornou réus o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete acusados. Eles respondem por organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça, e deterioração de patrimônio tombado.
Segundo a PGR, “Bolsonaro tinha conhecimento do plano intitulado ‘Punhal Verde e Amarelo’, que continha o planejamento e a execução de ações para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro do STF Alexandre de Moraes”.
A procuradoria também afirma que “o ex-presidente sabia da minuta de decreto com o qual pretendia executar um golpe de Estado no país”. O documento ficou conhecido como “minuta do golpe”.
Em depoimento na segunda-feira, 19 de maio, o ex-comandante do Exército, general Marco Antônio Freire Gomes, declarou que “Bolsonaro estudava medidas de exceção para impedir a posse de Lula”.
Com informações da CNN Brasil.