Um homem de 40 anos quase perdeu o pênis após três aplicações de polimetilmetacrilato (PMMA) para aumento peniano. Ele realizou os procedimentos entre 2007 e 2015, mas, anos depois, o material causou inflamações graves, danos aos rins e risco de necrose. O caso levou a múltiplas cirurgias de reconstrução.
“Era em um lugar meio escondido, mas, como tinha esse desejo, não verifiquei se o profissional era médico ou sua formação, nem qual produto seria utilizado”, disse o homem, ao Metrópoles. O PMMA, substância plástica não absorvível pelo corpo, foi banido para preenchimentos pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) em janeiro deste ano devido aos riscos de inflamações fatais.
Na primeira aplicação, em 2007, ele ficou satisfeito. Repetiu o procedimento anos depois e, na terceira vez, aceitou a sugestão do médico de aplicar o produto também na bolsa escrotal. “Aí começou meu problema”, relatou. Dois anos após a última intervenção, seu corpo passou a rejeitar o material, causando inflamações persistentes. O uso prolongado de corticoides para controlar as reações afetou seus rins.
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Em 2024, o urologista Ubirajara Barroso, da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), realizou a cirurgia para retirar o PMMA da bolsa escrotal e reconstruir a área. O homem optou por não remover todo o material do pênis, mas, neste ano, uma ferida causada pelo atrito durante corridas não cicatrizou, exigindo nova intervenção.
“Tivemos que tratar a pele dele, que estava necrosada. Retiramos todo o material inflamado e reconstruímos o pênis do ponto de vista estético”, explicou Barroso. O médico alerta que homens devem buscar opiniões de múltiplos profissionais antes de procedimentos similares.
“Não façam esse tipo de procedimento sem se informar sobre o profissional e o produto”, aconselhou a vítima. Barroso reforça: “Ele não imaginava os graves riscos associados”.