Juliana Marinho, de 31 anos, fez bariátrica
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Acervo pessoal
A cerimonialista Juliana Marinho, de 31 anos, se submeteu a uma cirurgia bariátrica há cerca de três anos, em busca de melhor qualidade de vida. Além do procedimento, ela mudou o estilo de vida, iniciou uma rotina diária de treinos e teve de alterar hábitos.“Eu tive o peso ideal até os 21 anos. Quando comecei a trabalhar com eventos, passei a engordar desenfreadamente. Cheguei a engordar mais de 35 kg em cinco anos”, relata.Ela revelou que, desde a cirurgia, perdeu cerca de 36 kg. “Minha vida mudou completamente. Com a obesidade, minha autoestima estava no chão. Não tinha ânimo de fazer nada. Hoje, até profissionalmente minha vida melhorou”.O que eles dizemAmpliação“Após muitos estudos demonstrando a segurança e a eficácia da cirurgia bariátrica, ampliou-se a utilização em adolescentes com obesidade grave. Nos pacientes com índices de massa corporal entre 30 e 34,9 — obesidade leve —, mas com doenças graves associadas, a utilização foi regulamentada”.Gustavo Peixoto, presidente da Soc. de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, capítulo estadualInclusãoAs mudanças mais significativas foram a inclusão da indicação para cirurgia bariátrica nos pacientes com IMC igual ou maior que 30kg/m e menor que 35kg/m, desde que o paciente apresente doenças cardiovasculares graves, apneia do sono grave, refluxo gastroesofágico com indicação cirúrgica, dentre outras”.Diandria Margotto Bertollo, cirurgiã geral e bariátricaControle“Quando a cirurgia bariátrica é bem indicada, o paciente se beneficia muito. No caso do diabético, por exemplo, a maioria deixa de usar remédio e passa a ter glicemia normal. Para o paciente com IMC entre 30 e 35, que antes não tinha a indicação, agora pode ter. Mas isso quem vai avaliar é o cirurgião”.Marco Antonio Novaes, cirurgião do aparelho digestivo, especialização em bariátrica.Fique por dentroResoluçãoO Conselho Federal de Medicina (CFM) publicou ontem mudanças para a realização da cirurgia bariátrica e metabólica em adultos e adolescentes.A resolução estabelece novos parâmetros para o tratamento cirúrgico da obesidade e da doença metabólica.AdolescentesAntes, adolescentes entre 16 e 18 anos só podiam fazer a cirurgia caso se enquadrassem em padrões específicos, como ter as cartilagens das epífises de crescimento dos punhos consolidadas.Além disso, menores de 16 anos só eram autorizados a passar pelo procedimento se estivessem participando de pesquisas científicas, uma vez que a cirurgia nessa faixa etária era considerada experimental.Agora, diante de estudos que demonstraram a segurança e a eficácia das cirurgias, pacientes a partir de 16 anos poderão ser elegíveis ao tratamento, seguindo os mesmos critérios dos adultos, desde que compreendam os riscos e a necessidade de mudança de hábitos.Em situações excepcionais, adolescentes entre 14 e 15 anos também poderão ser operados. Para isso, deverão apresentar obesidade grave (IMC acima de 40 kg/m) associada a riscos clínicos relevantes.A decisão deverá ser avaliada por equipe multidisciplinar e a família.IMCHouve a ampliação do perfil de pacientes elegíveis ao procedimento cirúrgico com base no IMC, calculado a partir do peso (quilos) dividido pelo quadrado da altura (metros).A partir de agora, pessoas com IMC entre 30 kg/m e 34.9 kg/m poderão ser submetidas à cirurgia bariátrica, desde que apresentem comorbidades graves, como diabetes tipo 2 de difícil controle, apneia obstrutiva do sono ou esteatose hepática avançada.Antes, o limite mínimo era de 35 kg/m, com doenças associadas.Para pacientes com IMC entre 35 kg/m e 39.9 kg/m, a cirurgia é recomendada caso haja pelo menos uma doença agravada pela obesidade. Já para aqueles com IMC acima de 40 kg/m, não há necessidade de enfermidade associada.Fonte: CFM.