Ancestralidade Afro-brasileira e Indígena foi tema do Workshop de Filosofia que aconteceu na manhã desta quarta-feira (21), na Escola de Ensino Médio e Integral “Gabriel Sales Pimenta”, localizada em Morada Nova. A programação do evento contou com movimento de escuta, vivência e celebração dos saberes ancestrais.
O projeto do workshop foi coordenado pelo professor Evandro Oliveira, doutorando em Educação e pesquisador da CAPES, cuja tese fundamenta-se na valorização das cosmo percepções afro-indígenas no contexto escolar, o evento se constituiu como território de memória, corpo e pensamento enraizado na herança dos povos que sustentam a história viva do Brasil profundo.
Programação
Estudantes das 2ª séries participaram de experiências formativas que evocaram a presença dos que vieram antes de nós. Ainda na pauta de atividades das 2ª séries houve dramatização inspirada no pensamento do filósofo quilombola Nego Bispo, fazendo ecoar nas salas e corredores a força da oralidade insurgente dos quilombos. A turma 2º02 conduziu uma oficina de contação de histórias afro-brasileiras, reacendendo os fios narrativos das vozes ancestrais silenciadas. Já a turma 2º03 promoveu um Café Filosófico centrado na filosofia Ubuntu, baseada na ética da inter-relação, segundo o pensador sul-africano Mogobe Ramose, reafirmando a humanidade que se reconhece na humanidade do outro.
A ancestralidade também se fez sabor, com a turma 2º04 oferecendo uma Degustação Filosófica voltada à comida ancestral, gesto de resistência e afeto transmitido pelas mãos das avós. A turma 2º05, por sua vez, trouxe à cena o pensamento de Ailton Krenak com a proposta “O Futuro Ancestral”, entremeando a reflexão filosófica com uma exposição fotográfica que atravessou imagens e sentidos da terra, do corpo e da espiritualidade indígena.
“O Workshop foi mais que um evento: foi rito pedagógico, uma roda de saberes que afirma a importância da ancestralidade como fundamento de uma educação antirracista, crítica e poética. Em cada gesto, palavra e alimento compartilhado, ressoou a certeza de que somos feitos daquilo que lembramos — e que lembrar é um ato de liberdade”, sublinha José Evandro Silva Oliveira.
Para o diretor da escola, Fabrício Lima, a ancestralidade afro-brasileira e indígena é uma fonte de sabedoria e conhecimento que pode nos ajudar a construir uma sociedade mais justa e igualitária, sendo uma temática de fundamental importância ser abordada nas escolas de ensino médio.
Repercussão
Participante da ação, Carol Guimarães da Silva, de 16 anos, estudante do segundo ano do ensino médio integrou a oficina de contação de histórias, trazendo a cultura africana em evidência. “As pessoas têm esquecido desse tipo de expressão artística e eu acho importante relembrar, né? as histórias, como eles acreditam que o mundo foi criado como são os orixás, lembrar do sincretismo e quebrar o preconceito”, disse a aluna.
O discente Luiz Fernando Ribeiro Cardoso, 16 anos, considerou importante os alunos protagonizarem eventos como o workshop antirracista. “É importante o aluno trabalhar temas contra o racismo, preparando o aluno com conhecimento para o futuro”, contou o aluno.
(Texto: Divulgação)
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