Silveira, o cão comunitário mais querido da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), ganhou nesta terça-feira (20) uma “promoção simbólica”: foi nomeado como pró-reitor de assuntos caninos da instituição. A brincadeira, publicada nas redes sociais da UFSM com direito a um documento assinado pelo reitor Luciano Schuch, não tem valor oficial, mas reforça o carinho dos estudantes e servidores pelo animal, que se tornou celebridade no campus.
Com mais de 10 anos de idade, Silveira é o mascote da Biblioteca Central e estrela do Projeto Zelo, que cuida dos animais comunitários da universidade. A popularidade do cãozinho disparou nos últimos dias: em apenas 24 horas, o número de seguidores no Instagram saltou de 37 mil para 57 mil.
O cão é conhecido por “participar” das atividades do campus — incluindo aulas de capoeira, onde costuma interagir com os estudantes — e por sua personalidade tranquila. Dorminhoco, ganhou o apelido de “Podrão” justamente pelo hábito de cochilar nas salas de aula. “Começaram a chamá-lo assim porque ele dorme em sala”, conta a professora Fabiana Stecca, coordenadora do Projeto Zelo.
Saúde delicada e planos de aposentadoria
Apesar da fama, Silveira enfrenta limitações típicas da idade avançada. Ele sofre de artrose, já teve lesões nas patas e tem medo de carros, agulhas e profissionais com jaleco branco, o que dificulta os cuidados veterinários. Para facilitar o tratamento, a equipe da UFSM realiza vacinas e atendimentos sem uniforme, de forma discreta, no próprio campus.
Manter uma rotina de medicação, porém, é um desafio. Por isso, um dos sonhos da equipe do Projeto Zelo é que o cão consiga “se aposentar”, ou seja, passar seus últimos anos com conforto e tranquilidade, de preferência em um lar amoroso.
O trabalho do Projeto Zelo
Criado em 2014, o Projeto Zelo é responsável pelo cuidado de cerca de 80 animais abandonados no campus da UFSM. A iniciativa promove castrações, feiras de adoção, campanhas de conscientização e ações para arrecadar recursos, como brechós e parcerias com empresas locais. Todo o trabalho é realizado por bolsistas e voluntários, com apoio de uma verba pública limitada para manutenção das bolsas.
Apesar da visibilidade, Silveira ainda não foi adotado — e a principal razão, segundo Fabiana, é a idade. “Mas acreditamos que ainda vai aparecer alguém que compreenda que adotar um cão mais velho, cheio de manias, é uma forma de devolver ao mundo o amor que ele espalhou.”
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