Saiba o que os chineses pediram para iniciar ponte Salvador-Itaparica

Em sua ida para a China na última semana, o governador Jerônimo Rodrigues (PT) se reuniu duas vezes com as empresas que formam o consórcio responsável pela construção da ponte Salvador-Itaparica. No primeiro encontro, o petista foi surpreendido com algumas demandas dos chineses.Os pedidos realizados pelo consórcio foram uma surpresa, já que, há três meses, o governo baiano chegou a um acordo com os chineses para a realização de um termo aditivo no contrato de construção da ponte, em uma negociação mediada pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE).No segundo encontro, porém, os consensos foram construídos entre a equipe do governo baiano e os representantes das empresas chinesas, devolvendo o otimismo de Jerônimo para o início das obras ainda neste mandato.

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1ª demandaO primeiro ponto abordado pelas empresas chinesas foi decorrente da sondagem realizada na Baía de Todos-os-Santos, entre o segundo semestre de 2024 e o primeiro semestre deste ano. Na análise realizada no mar baiano, o consórcio encontrou uma rocha que seria excessivamente maleável.Ficou decidido então que, caso haja um aumento dos custos das obras por causa dessas condições, o valor contratado será revisto, após análise técnica.“Eles estavam preocupados porque encontraram, na sondagem, uma rocha mole, que faria gastar mais. Eles perguntaram: se for uma rocha muito mole e eu tiver que gastar mais, vai ser corrigido? Claro que sim. O que a sondagem apresentar como qualquer dificuldade, o termo não inviabiliza a correção”, explicou Jerônimo, em entrevista ao Portal A TARDE nesta terça-feira, 20.2ª demandaNa sequência, os chineses demonstraram preocupação com a demora do Brasil para liberar vistos de trabalho para que engenheiros chineses venham à Bahia para trabalhar na ponte Salvador-Itaparica.A China é um dos países dos quais o governo brasileiro exige visto para que seus cidadãos adentrem ao território do Brasil. O processo é burocrático. Porém, uma vez liberada a entrada, chineses podem permanecer no país por até 10 anos.“Eles pedem agilidade no visto para os engenheiros chineses virem, porque a fila está muito grande”, disse Jerônimo.3ª demanda“Eles pedem apoio no sentido de mais investimentos do Banco do Nordeste [BNB]. O Banco do Nordeste botou R$ 3 bilhões. Eles querem mais R$ 1,5 bilhão, para poder dar a arrancada na ponte”, revelou o governador.Pelo valor, o pedido do consórcio chinês pode assustar. Mas o problema já foi encaminhado pelo governo baiano. Ainda na China, Jerônimo entrou em contato com o BNB e conseguiu uma reunião entre o banco de fomento e as empresas responsáveis pela ponte.“A gente já mediou a reunião com o Banco do Nordeste. Seria hoje [terça], mas eles adiaram. Vai ser no mês que vem”, contou Jerônimo.O petista também já buscou um outro caminho, que pode ser ainda mais fácil para o financiamento da ponte: o Novo Banco de Desenvolvimento (Banco do BRICS), com sede em Xangai, na China, e presidido pela ex-presidente da República, Dilma Rousseff (PT).“Hoje [terça], de manhã, com Dilma, eu botei na mesa. Como o banco do BRICS tem sede na China, é mais fácil resolver com as empresas lá. Perguntei se ela tinha como receber essas empresas e analisar se tem condições de aportar mais R$ 1,5 bilhão. Ela disse que pode mandar procurá-la, que ela vai analisar. Se estiver dentro do quadro, por lá ela resolve”, concluiu o gestor estadual.

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