Vereadores de oposição fizeram duros discursos, nesta terça-feira 20, contra a proposta de conceder o título de Cidadão Natalense para o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Como mostrou o AGORA RN, a homenagem foi aprovada por 19 votos a 5 pelos vereadores. A expectativa é que o título seja entregue no dia 12 de junho, quando é prevista uma nova visita de Bolsonaro ao Rio Grande do Norte.
Samanda Alves (PT), que recorreu à Justiça para anular a primeira votação, argumentou que “Jair Bolsonaro, o inelegível, não foi apenas um presidente, foi um projeto autoritário que atentou contra as instituições democráticas, que flertou com o golpe, que tentou enfraquecer o sistema eleitoral e que incentivou o ódio como forma de fazer política”.
“Foi sob o seu governo que vimos o negacionismo se tornar política de Estado. Em plena pandemia, quando a ciência reclamava por vacinas, distanciamento e responsabilidade, ele escolheu o desprezo, a omissão e o escárnio. E vidas foram perdidas por isso”, resgatou a parlamentar.
Ela acrescentou que, durante o governo de Jair Bolsonaro, “as mulheres, que já enfrentam diariamente a violência, o machismo e a desigualdade, foram alvos constantes de piadas, desrespeitos e ataques”. “Nenhuma política séria foi proposta para combater o feminicídio, a falta de creche, a desigualdade salarial. Ao contrário, vimos um governo que reforçava estereótipos e diminuía as lutas femininas”, justificou.
Em outro trecho do discurso, Samanda disse que Bolsonaro fez “um governo que prometeu e promoveu a intolerância, que se recusou a garantir direitos, que tentou apagar conquistas históricas”.
“É por isso que precisamos lembrar: o bolsonarismo não foi apenas uma opinião política. Ele foi e é um ataque coordenado à democracia, à ciência, às mulheres e à diversidade. E nosso dever aqui, como defensora da democracia, é legislar com a verdade e com a justiça”, discursou Samanda.
