País registra aumento do PIB no primeiro trimestre, mas inadimplência atinge quase metade da população adulta
Apesar do crescimento de 1,3% da economia brasileira no primeiro trimestre de 2025, segundo o Banco Central, e de 3,7% na comparação com o mesmo período do ano anterior, os efeitos desse avanço não têm sido sentidos pela maioria da população. Dados recentes revelam que a inadimplência continua em alta, com 75,7 milhões de brasileiros endividados — número que representa quase metade dos adultos no país.
O valor médio das dívidas ultrapassa R$ 1,5 mil por pessoa. No total, os débitos acumulados somam R$ 438 bilhões, um aumento de 13% em relação a 2024. A elevação está relacionada, principalmente, à combinação de juros altos, inflação persistente e um crescimento econômico que não tem sido distribuído de forma igualitária.

Juros altos e inflação pressionam orçamento das famílias
A taxa Selic, mantida em 14,75%, é a mais elevada dos últimos 20 anos e, aliada à inflação acumulada de 5,53% em 12 meses (medida pelo IPCA), pressiona o orçamento familiar, encarece o crédito e contribui para o aumento da inadimplência. Atualmente, 27,2% da renda média do brasileiro está comprometida com dívidas.
Com a renda corroída e o crédito mais restrito, muitas famílias acabam recorrendo a modalidades com juros elevados, como o cartão de crédito rotativo e o cheque especial. As principais dívidas estão concentradas em bancos, cartões e contas básicas, que somam 28,5% do total.
Insegurança alimentar também preocupa
Além do endividamento, o acesso a uma alimentação básica e saudável também é limitado para grande parte da população. Estima-se que 70% dos brasileiros não conseguem comprar uma cesta básica com alimentos considerados saudáveis. O custo mensal dessa alimentação por pessoa é de R$ 432, o que corresponde a mais de 21% da renda média nacional.
Perspectiva é de cenário difícil até o fim de 2025
As projeções indicam que o cenário atual deve persistir até o final de 2025. Declarações recentes do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, indicam a manutenção dos juros elevados até o fim do ano. A medida agrada o mercado financeiro, mas gera apreensão entre os consumidores que já enfrentam dificuldades para manter as contas em dia.
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