Facção realiza ‘conclave da boca’ e anuncia novo líder com fumaça preta

A facção criminosa Terceiro Comando Puro (TCP), do Rio de Janeiro, realizou na quinta-feira 15 um ritual conhecido como “conclave da boca” para eleger o novo chefe do tráfico, após a morte de Thiago da Silva Folly, o TH, em confronto com a polícia na última terça-feira 13.

Durante o encontro, que reuniu integrantes da organização criminosa, objetos foram queimados ao final da votação, produzindo fumaça preta como sinal simbólico da escolha do novo líder. A cerimônia marcou a ascensão de Alexandre Ramos do Nascimento, o Pescador, atualmente foragido da Justiça, ao posto de comando das áreas anteriormente controladas por TH.

A decisão foi anunciada por meio da página “Realidade da Favela”, com a frase: “Habemus um frente”.

Aos 37 anos, Pescador é apontado como um dos principais nomes do tráfico no Rio de Janeiro. Natural da capital fluminense, ele é apadrinhado por Peixão, líder máximo do TCP. Com a morte de TH, assume formalmente a chefia da facção após o “conclave da boca”, consolidando sua posição interna na organização.

Pescador possui um histórico criminal que inclui tráfico de drogas, associação criminosa, homicídio qualificado, sequestro, constrangimento ilegal e posse de arma de uso restrito. Ele também é investigado por envolvimento na morte de dois militares em 2016, após ataque a uma viatura na Maré, e por participação em uma emboscada contra policiais civis em 2017.

A expressão “conclave da boca” e o uso da fumaça preta fazem alusão direta ao conclave do Vaticano, que ocorre após a morte ou renúncia de um papa. Nesse processo, cardeais se reúnem para eleger o novo pontífice, e a fumaça branca ou preta indica se houve ou não a escolha. A referência usada pela facção remete à mesma simbologia, aplicada à escolha de sua liderança criminal.

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