Adelmário se posiciona sobre domínio do arrocha no São João: “Batalha”

Em 2024, a banda mais contratada durante o São João da Bahia foi Toque Dez. O grupo de arrocha fez 25 apresentações na Bahia. Ao todo foram 26, mas 1 dos shows aconteceu em maio, fora da agenda junina. O cantor Adelmário Coelho, um dos principais nomes do forró da atualidade, foi questionado pelo Portal A TARDE sobre o “domínio” do arrocha nas festas de junho e destacou que não tem “nada contra ninguém”.

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De acordo com o cantor, os gêneros podem coexistir em harmonia no São João. “Não só o arrocha, o sertanejo, o pop e o rock também, eu acho que tudo se harmoniza bem”, afirmou Adelmário. Ele pontuou, porém, que se perguntar para as pessoas o que elas querem ouvir nessa época do ano, elas vão falar que é forró. “A resposta está na boca do povo”, afirmou.O artista ressaltou, porém, que quem contrata tem a caneta e “quer ver uma repercussão de público dessa coisa toda, mas não pode esquecer essa realidade”.

Não tem problema em harmonizar, o problema é a dosagem. Você tem que ter 90% de forró, com o resto você atende a demanda das outras pessoas. É a forma que eu vejo. Nada contra ninguém, porque eu sei que todos estamos aí na batalha da vida.

Adelmário Coelho – cantor

Adelmário Coelho defende mudança no São JoãoFaltando pouco mais de um mês para o São João 2025, Adelmário Coelho comentou a ausência dos cantores de forró entre os artistas mais contratados para se apresentarem nos festejos juninos em cidades do interior da Bahia no ano passado.O dado foi apontado pelo Painel da Transparência dos Festejos Juninos do Ministério Público do Estado (MP-BA): em 2024, nenhum artista do forró raiz ficou entre os 10 mais contratados pelas prefeituras no estado.Em entrevista ao Portal A TARDE, o cantor confessou que não acredita que há uma desvalorização do gênero musical, mas sim, uma demanda de público voltada para artistas de outros segmentos, o que deve ser dosado pelos contratantes.“Eu não acredito que seja esse o sentimento de desvalorização, e sim que o mercado tem uma dinâmica que às vezes induz um contratante a pensar naquele momento. Mas quem conduz a história, a cultura popular nordestina, por anos e anos, são os forrozeiros e as forrozeiras mesmo”, disse ele, que defende mudanças nas contratações das festas juninas.“Todo gestor tem que ter o cuidado, a dosimetria adequada de colocar numa festa tradicionalmente de forró, como as festas juninas, seus legítimos representantes. Então, esse critério, por exemplo, o que leva a mais público? Esse argumento, evidentemente, que às vezes ele confronta com a valorização mesmo da nossa cultura”, reforçou.Adelmário completou: “Então, a gente tem que estar pensando em Luiz Gonzaga, Trio Nordestino, Jackson do Pandeiro, Dominguinhos, e tantos outros, que foram realmente os, digamos assim, guias para nós que estamos seguindo agora”.

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