‘O Agente Secreto’: a história do filme brasileiro aplaudido de pé em Cannes

A estreia de “O Agente Secreto” no Festival de Cannes ontem motivou curiosidade do público brasileiro, que agora busca saber detalhes sobre o novo filme de Kleber Mendonça Filho.

Sobre o que é o filme?

O longa se passa na sufocante Recife de 1977, quando Marcelo (Wagner Moura) —um especialista em tecnologia marcado por um passado que insiste em assombrá-lo— retorna à sua cidade natal em busca de redenção. O que ele encontra, porém, é um Brasil dilacerado pela ditadura militar, em que os traumas da repressão política se confundem com suas próprias cicatrizes pessoais.

À medida que mergulha nesse universo de sombras, Marcelo descobre que nem mesmo sua experiência tecnológica poderá apagar as verdades dolorosas que emergem das ruas da capital pernambucana. Na cidade, passado e presente colidem em um thriller político repleto de tensão e questionamentos existenciais. O filme usa a ditadura militar como pano de fundo para falar sobre memória, tecnologia e as cicatrizes que o país ainda carrega.

Filmado em Recife, Brasília e São Paulo, com pós-produção na Europa, “O Agente Secreto” é uma coprodução internacional. Com Kleber Mendonça Filho concorrendo à sua terceira Palma de Ouro (após “Aquarius” e “Bacurau”), o longa já é visto como um potencial candidato ao Oscar, seguindo os passos do sucesso de “Ainda Estou Aqui”. Ainda não há previsão de estreia de “O Agente Secreto” no Brasil.

Repercussão

O filme foi aplaudido ininterruptamente por 9 minutos em sua estreia no Festival de Cannes. Críticos internacionais, como David Ehrlich, do IndieWire, comparam o longa ao premiado “Ainda Estou Aqui” (2024), de Walter Salles, destacando que ambos abordam a violência de Estado, mas com linguagens distintas. “Enquanto ‘Ainda Estou Aqui’ denuncia o desaparecimento de Rubens Paiva, ‘O Agente Secreto’ mostra como a memória resiste, mesmo quando tentam apagá-la”, escreveu Ehrlich. Veja mais aqui sobre a repercussão internacional.

Cenas

Embora o trailer oficial ainda não tenha sido liberado, dois trechos disponíveis online já dão pistas do clima tenso que permeia a produção. Em um deles, Wagner Moura, no papel do especialista em tecnologia Marcelo, se depara com um cadáver exposto em um posto de gasolina. Em outro trecho, seu personagem é confundido com um policial disfarçado.

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