Cai a inadimplência entre mulheres no ES; 80 mil regularizam situação em março

Compra com cartão de crédito é considerado por especialistas o maior vilão do endividamento entre consumidores.

|  Foto:
Reprodução/Internet

A inadimplência — ou seja, a incapacidade de quitar dívidas — das mulheres no Espírito Santo apresentou queda em março quando comparado ao mês anterior e ao mesmo período do ano passado.O recuo entre os dois meses de 2025 foi de 4,1 pontos percentuais, passando de 37,1% para 33% — 80.964 pessoas a menos —, segundo dados do painel Connect Fecomércio-ES. No Estado, a capacidade de pagamento das dívidas em atraso foi maior entre as mulheres do que entre os homens, de acordo com o levantamento.O comportamento das mulheres é o que explica esse cenário, segundo a Federação do Comércio do Estado (Fecomércio-ES). A necessidade da gestão familiar e a priorização dos gastos com itens essenciais é um dos motivos elencados por especialistas.“Grande parte das mulheres são provedoras do lar, o que faz com que tenham uma responsabilidade grande com a renda da família”, destaca o economista e especialista em gestão financeira Ricardo Paixão.Diante de cenários de crise, como o atual, as mulheres adotam um comportamento cauteloso, dando prioridade às contas fixas, como aluguel e comida, aponta o especialista.Muitos setores que empregam mais mulheres, como comércio e serviços, também passam por um processo de recuperação mais rápido em relação aos efeitos do período da pandemia, o que ajuda a regularizar as contas, destaca o economista Eduardo Araújo.“No entanto, é importante lembrar que esse resultado pode variar muito dependendo da situação de cada mulher, como o tipo de dívida que ela contraiu e o quanto sua renda foi impactada”.Os homens, porém, ainda estão atrás das mulheres no índice de inadimplência, aponta a pesquisa. Enquanto a taxa de inadimplência entre o público feminino é de 33% no Estado, a taxa entre os homens fica em 30,7% em março.Araújo ressalta que as mulheres, em muitos casos, ainda enfrentam mais dificuldades financeiras, devido à menor remuneração e estabilidade no emprego e as despesas com casa e filhos. “Isso pode fazer com que fiquem mais expostas a situações que levam ao atraso.”Os Números -> 81 mil famílias endividadas a menos em relação a março do ano passado;-> 57 mil homens entraram na lista da inadimplênciaSaiba Mais Melhora na condição para pagar dívidas MulheresA inadimplência das famílias no Espírito Santo – ou seja, população com dívida em atraso – chegou à terceira queda consecutiva em março.O comportamento das mulheres é um dos principais motivos, segundo a Fecomércio-ES.Segundo pesquisa da Serasa, 40% das mulheres priorizam uma preocupação com as dívidas na hora de organizar o orçamento familiar.A capacidade de pagamento entre as mulheres é maior em março. Enquanto 48,8% da ala feminina afirmou ter capacidade de pagar parcial ou integralmente suas contas em atraso, 43,2% dos homens disseram ser capazes de quitar as dívidas no próximo mês.O percentual de mulheres inadimplentes, no entanto, permanece à frente dos homens. Foram 33% em março, contra 30,7% de homens no mesmo período.HomensO público masculino teve um acréscimo de inadimplência em março, de 3,1 pontos percentuais, indo de 27,6% para 30,7% — 57 mil a mais no vermelho.No Brasil, o percentual de mulheres endividadas (76,9%) em fevereiro deste ano também era superior ao percentual dos homens (76%).Dados geraisEm comparação a fevereiro, o recuo do indicador em março foi de 0,5 ponto percentual – com uma redução de 17,7 mil capixabas no vermelho.Além da queda geral da inadimplência, março foi marcado também pelo aumento da condição de pagamento das dívidas em atraso. Entre as famílias com renda de até 10 salários mínimos (R$ 15.180), houve aumento de 1,4 ponto percentual, chegando a 41,5%.Já para as famílias com renda acima de 10 salários, subiu em 4,2 pp a capacidade de pagamento integral da dívida em atraso. Enquanto isso, a capacidade de pagamento geral (total mais parcial) aumentou 1,4 ponto percentual.CartãoO cartão de crédito permanece sendo o maior vilão na inadimplência (87,3%), seguido do crédito pessoal.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.