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O cinema indiano tem mostrado perspicácia e bom senso no uso das estratégias de sucesso em festivais internacionais, sem perder uma cor local e uma certa poesia do inusitado, que foge às fórmulas e à uniformização do cinema contemporâneo.Tomemos como exemplo este recente e premiado “Sempre Garotas”. Mira, interpretada pela ótima Preeti Panigrahi, é uma garota exemplar nos estudos, mas na fase dos atritos com a mãe e do conhecimento de sua própria sexualidade.Com 16 anos de idade, os mistérios do corpo se oferecem à sua vívida curiosidade. Ela estuda num internato de regras bem rigorosas, na região do norte da Índia, próxima à cordilheira do Himalaia. Nesse local em que as saias das garotas devem ficar no máximo à altura dos joelhos e as meias levantadas de modo que pouco de suas pernas apareça, ela conhece um rapaz, Sri, vivido pelo não tão bom Kesav Binoy Kiron. Eles desenvolvem um romance secreto e atribulado num ambiente de repressão sexual.Mira é nomeada monitora, graças às altas notas que consegue nas provas. Sua função é servir de ponte entre a direção e os professores e os alunos, o que por vezes lhe dá problemas.No romance com Sri, seu maior obstáculo parece ser a mãe, Anila, vivida por Kani Kusruti. Anila procura vigiar a filha com mãos de ferro, mesmo tendo ela mesma, no passado, dado suas fugidinhas, como ela sugere. Talvez o filme pegue pesado na caracterização de Anila. Mesmo se não aderimos ao ponto de vista de Mira, sua mãe parece, por um bom tempo, uma vilã digna das antigas novelas da Janete Clair. Mas o que constrói a aparente vilania dessa mãe é sua hipocrisia. Cheia de restrições com a pobre adolescente, ela se insinua ao namorado da filha de um modo competitivo.
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