Após surto de intoxicação, Natal orienta sobre consumo de pescados

O Departamento de Vigilância em Saúde (DVS) de Natal divulgou, nesta quinta-feira (15), uma nota técnica com orientações à população sobre o consumo de pescados. A iniciativa ocorre após a notificação de casos de intoxicação alimentar que têm ocorrido no município no primeiro semestre do ano.

Dois episódios sugestivos de intoxicação por Ciguatera foram identificados neste ano na capital. O caso mais recente está sob investigação, e envolve um evento realizado em um restaurante da capital, onde treze pessoas apresentaram sintomas associados à toxina, sendo três delas foram hospitalizadas.

Com foco na prevenção e na responsabilização das cadeias de comercialização de alimentos, equipes da Vigilância realizaram inspeções em toda a cadeia produtiva do pescado — desde o ponto de compra até o local de preparo. Amostras foram coletadas e encaminhadas ao Laboratório Central de Saúde Pública do Rio Grande do Norte (LACEN) para análise.

Segundo o DVS, os sintomas da Ciguatera geralmente surgem entre 3 a 5 horas após o consumo de peixes contaminados, podendo causar efeitos neurológicos, cardiovasculares e gastrointestinais. Entre os sintomas relatados estão dormência, fraqueza, alterações na visão, distúrbios de temperatura corporal, diarreia, vômito e dor abdominal.

“A apresentação clínica sugere um quadro compatível com a Ciguatera, uma toxina presente em determinadas espécies de peixes, sobretudo aqueles oriundos de arrecifes”, afirmou José Antônio de Moura, diretor do DVS.

O Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (CIEVS) entrou em contato com todas as pessoas que consumiram os pescados identificados no evento — das espécies Arabaiana e Peixe Dourado — e segue monitorando os casos.

Apesar de tratar-se de um episódio localizado, o DVS orienta a população a adotar medidas preventivas, como buscar informações sobre a origem do pescado, priorizar o consumo de espécies de águas profundas e adquirir alimentos apenas em estabelecimentos regularizados.

Casos recentes:

Entre os dias 5 e 6 de maio de 2025, um evento realizado em um restaurante da capital potiguar resultou em um surto de intoxicação alimentar que mobilizou autoridades de saúde. Treze pessoas apresentaram sintomas compatíveis com Ciguatera, após consumirem pescado da espécie arabaiana. Dessas, oito procuraram atendimento médico, três foram hospitalizadas e duas precisaram de internação.

O caso ocorreu durante uma confraternização que reuniu cerca de 35 pessoas, a maioria profissionais da saúde. A partir do contato com todos os participantes, o Departamento de Vigilância em Saúde (DVS) de Natal identificou sintomas neurológicos em 13 pessoas, como dormência nos membros e inversão térmica — indicadores clínicos típicos da intoxicação por Ciguatera, uma toxina produzida por microalgas presentes em recifes tropicais, que se acumulam em determinados peixes.

A Secretaria Municipal de Saúde de Natal (SMS) está à frente da investigação, com apoio técnico da Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap). Amostras do pescado foram coletadas e encaminhadas ao Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen/RN), que, por sua vez, enviou o material para análise especializada no Sul do país. O resultado dos exames pode demorar até 30 dias.

A Ciguatera é causada por toxinas produzidas por microalgas do gênero Gambierdiscus, que proliferam em recifes de corais tropicais e subtropicais. As toxinas — entre elas a Ciguatoxina e a Maitotoxina — não podem ser detectadas a olho nu e não são eliminadas por métodos convencionais de cozimento ou congelamento, o que acentua a importância do controle sanitário e da fiscalização adequada dos alimentos comercializados.

Leia a nota na íntegra:

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