
Cassie Ventura compareceu pelo quarto dia consecutivo ao Tribunal Federal do Distrito Sul de Nova York para depor contra o músico. Ilustração de julgamento de Diddy, em maio de 2025
Elizabeth Williams/AP
A defesa de Sean “Diddy” Combs explorou nesta sexta-feira (16) sua relação tumultuada com a cantora e modelo Cassie Ventura, testemunha do julgamento e ex-namorada do rapper. Mais uma vez, os advogados do músico tentaram mostrá-la como uma pessoa inconstante.
A artista compareceu pelo quarto dia consecutivo ao Tribunal Federal do Distrito Sul de Nova York para depor contra Diddy. Preso desde setembro, ele é acusado de associação ilícita, tráfico sexual e de liderar uma rede ilegal de prostituição.
Em seus primeiros dias de depoimento, Cassie contou como foi sua vida por mais de dez anos com o rapper, que era uma figura-chave da indústria musical americana. Ela disse que foi agredida e forçada a participar de orgias regadas a drogas.
Novamente, Anna Estevao, advogada de Diddy, tentou diminuir a credibilidade de Cassie, ao enfatizar a duração do relacionamento, sua decisão de permanecer com o rapper apesar da violência e das coações, e o comportamento da modelo.
“Vou te matar”, diz Cassie em um áudio a um homem que ela achava que tinha um vídeo de uma das “freak-offs”, sessões de sexo coreografadas das quais ela participava com Diddy que podiam se estender por dias.
A modelo, que está grávida do seu terceiro filho com o marido, Alex Fine, não contestou o conteúdo da gravação exibida ao júri, e manteve a calma.
A defesa insiste na dependência do casal de drogas e medicamentos. Com a ajuda de e-mails e mensagens de texto do começo da década de 2010, os advogados querem mostrar que Cassie participou e planejou detalhes das orgias voluntariamente.
Diante do júri, foram lidas mensagens trocadas pelo casal, algumas com conteúdo explícito.
Cassie disse que participou das orgias porque estava apaixonada e porque queria agradar Diddy, até o momento em que começou a sentir que não tinha “muitas opções”.
Uma denúncia de Cassie contra o rapper em 2023, por agressão sexual e estupro, acabou levando Diddy para o banco dos réus. A modelo desistiu do processo após um acordo extrajudicial, mas ele abriu as portas para denúncias de outras vítimas.
O juiz Arun Subramanian pediu à defesa de Diddy que não continuasse o interrogatório além desta sexta-feira (16), para preservar a cantora e sua gestação.
Se condenado, o rapper pode uma pegar a pena de prisão perpétua.
Ilustrações mostram P. Diddy em tribunal durante julgamento