Por Felipe Borges
Pragmatismo Político
Antonio Rocha de Sousa, de 47 anos, foi encontrado morto na última quarta-feira (14/5), no bairro Aeroporto, em Tianguá, no interior do Ceará. O corpo apresentava marcas de perfurações e, segundo a Polícia Civil do Estado (PCCE), o caso está sendo investigado como homicídio doloso — quando há intenção de matar.
Dez dias antes de ser assassinado, Antonio havia publicado um vídeo nas redes sociais em que queima uma Bíblia e critica duramente a religião. “Isso aqui é uma Bíblia, que dizem que é sagrada. Olha o que ela faz diante do fogo. Ela queima. Pra mim, Deus não existe. Isso aqui é só um jeito de escravizar pessoas, de manipular. Tá na hora de acordar”, diz ele nas imagens, gravadas na região da Serra da Ibiapaba.
A gravação rapidamente se espalhou pelas redes sociais, provocando reações exaltadas. Após a notícia de sua morte, usuários chegaram a comentar que ele havia recebido o “amor cristão” — numa tentativa de ironizar a violência como forma de justiça divina. A Polícia, no entanto, ainda não confirmou se há ligação entre o vídeo e o assassinato.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) informou que a vítima tinha antecedentes criminais por lesão corporal dolosa. Equipes da Polícia Militar do Ceará (PMCE) e da Perícia Forense (Pefoce) estiveram no local para realizar os levantamentos iniciais.
A própria Bíblia que aparece no vídeo está sendo investigada pela Polícia Civil como objeto de furto. Segundo as autoridades, o caso foi registrado no dia 10 de maio, um dia após a publicação da gravação. O inquérito inclui suspeitas de furto, dano e vilipêndio de objeto de culto — todos considerados crimes no Código Penal Brasileiro.
Apesar disso, nada foi esclarecido até o momento quanto à autoria do assassinato ou à motivação concreta do crime. A Delegacia Municipal de Tianguá segue responsável pela investigação.
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