Incenso criado por brasileiro será usado na primeira missa do Papa Leão XIV

O incenso que será utilizado na Missa de início de Pontificado do Papa Leão XIV é uma criação brasileira. A informação foi publicada pelo Vatican News, portal de notícias oficial da Santa Sé. Segundo o portal, a composição aromática, batizada de “Pacem in Terris” (do latim, Paz na Terra) é assinada por Martinho da Rocha, fundador da empresa Incensos Milagros, do interior de São Paulo. A companhia fornece incensos para o Vaticano desde 2007.

Martinho chegou a Roma nesta semana e entregou pessoalmente o incenso na Sacristia Pontifícia, nas mãos do dom Diego Ravelli, Mestre das Celebrações Litúrgicas Pontifícias do Vaticano.

Em entrevista ao Vatican News, o empresário esclareceu que o nome não foi escolhido após o primeiro discurso do Papa, que aborda a paz como tema central. Ele explica que o nome é, na verdade, inspirado na encíclica “Pacem em Terris” de São João XXIII, publicada em 1963.

Mais do que um gesto simbólico, o incenso brasileiro é também uma expressão litúrgica profunda. A receita do aroma inclui grãos de outros incensos abençoados pelos Papas Bento XVI e Francisco, o que, segundo martinho, representa um sinal de continuidade e unidade dentro da Igreja Católica.

— Podemos dizer que a Missa do Papa Leão XIV, assim como seu discurso, será marcada pela paz. A fumaça perfumada que se eleva aos céus não é apenas incenso: é oração, é memória, é esperança — comenta.

Um incenso com mensagem teológica e espiritual
Segundo o autor, o incenso “Pacem in Terris” é inspirado nos quatro pilares propostos por São João XXIII em sua encíclica: Verdade; Justiça; Caridade; e Liberdade. Ele afirma que cada elemento da composição representa um valor espiritual:

  • Olíbano: representa a verdade divina e a oração que sobe aos céus.
  • Mirra e Estoraque: evocam a justiça e a purificação.
  • Nardo e Rosa: representam a caridade sacrificial e o amor divino e ecumênico.
  • Lavanda: simboliza a liberdade interior, serenidade e esperança.

O autor define o incenso como “uma oração pela paz mundial, uma invocação de sabedoria para o novo Papa, e um sinal de colaboração fraterna entre os povos”.

A trajetória da empresa junto à Santa Sé

O primeiro incenso da Milagros a chegar ao Vaticano era chamado de “Nossa Senhora Aparecida” e foi enviado em 2007, ainda no pontificado de Bento XVI, por ocasião da canonização de Frei Galvão.

Em 2013, foi criado o incenso “Benedictus”, no momento da renúncia de Bento XVI. Martinho levou três caixas do aromático para Roma, sendo uma delas entregue para a Missa de início do pontificado de Francisco.

Ainda em 2013, foi produzido o incenso “Urbi et Orbi” para a Jornada Mundial da Juventude. Já em 2015, foi lançado o “Misericordiae”. Em 2024, por ocasião do Jubileu da Esperança, a empresa desenvolveu o incenso “Peregrinantes in Spem”.

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