Galvão Bueno reage a afastamento de Ednaldo Rodrigues da CBF

O afastamento de Ednaldo Rodrigues da presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), na última quinta-feira, 15, pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), gerou reações imediatas no meio esportivo. Uma das mais contundentes veio de Galvão Bueno, que publicou um vídeo de desabafo nas redes sociais, criticando os recorrentes escândalos envolvendo a entidade máxima do futebol brasileiro.O locutor esportivo, que há décadas acompanha os bastidores da CBF e os altos e baixos da Seleção, classificou o momento como “muito triste” e lamentou a instabilidade institucional, principalmente às vésperas da chegada de Carlo Ancelotti, anunciado por Ednaldo como futuro técnico da Seleção.“Futebol brasileiro não merecia tantos escândalos. Tanto desgoverno. É muito triste para o futebol pentacampeão do mundo”, afirmou Galvão, visivelmente incomodado com o novo episódio de crise na cúpula da CBF.Galvão foi além da crítica institucional e expôs preocupação com o compromisso firmado entre Ancelotti e a CBF, conduzido por Ednaldo antes de seu afastamento.“Como fica a vida de Ancelotti? Será que ele vai querer vir? Será que o novo presidente vai querer honrar o contrato? Ou será que Ednaldo, mais uma vez, consegue uma assinatura na Justiça e volta ao cargo?”, questionou o narrador.

Ver essa foto no Instagram Uma publicação compartilhada por Galvão Bueno (@galvaobueno)O contrato com Ancelotti, anunciado com alarde por Ednaldo, previa a chegada do técnico após o fim da temporada europeia, mas agora entra em xeque diante da intervenção judicial e da indefinição política na confederação.Entenda o afastamento de Ednaldo da CBFA decisão judicial que afastou Ednaldo Rodrigues partiu do desembargador Gabriel de Oliveira Zéfiro, da 19ª Câmara Cível do TJ-RJ. O magistrado atendeu a pedido do vice-presidente da CBF, Fernando Sarney, e apontou “robustos indícios” de falsificação de assinatura no acordo judicial que garantiu a eleição de Ednaldo em 2022.A assinatura em questão é do Coronel Antônio Carlos Nunes, então dirigente da entidade, apontado como incapaz cognitivamente de validar o documento. Um laudo médico e uma perícia grafotécnica embasaram a decisão, que levou à anulação do acordo e ao afastamento imediato da diretoria da CBF.“Há muito o Coronel Nunes não tem condições de expressar de forma consciente sua vontade. Seus atos são guiados. Não emanam da sua vontade livre e consciente”, escreveu o desembargador em sua decisão.O próprio Coronel Nunes não compareceu à audiência marcada para esclarecer o caso, por motivos de saúde, fato que contribuiu para a conclusão do magistrado.Fernando Sarney assume como interventor e deve convocar nova eleiçãoCom a vacância do cargo, o TJ-RJ nomeou Fernando Sarney, vice mais antigo da CBF e filho do ex-presidente José Sarney, como interventor temporário da entidade, com a missão de convocar novas eleições o mais rápido possível.A movimentação jurídica e política já tem efeitos práticos: 19 das 27 federações estaduais romperam com Ednaldo e articulam a formação de uma nova chapa, indicando que o apoio ao dirigente afastado está enfraquecido.

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