Crime contra menina de 12 anos que teve faca cravada nas costas terá reprodução simulada nesta quinta (15)

A reprodução simulada do assassinato a facadas de Ana Carla Firmino da Silva, de 12 anos, no município de Maravilha, no interior de Alagoas, será realizada na noite desta quinta-feira (15), quatro meses e meio depois do crime. A morte da adolescente chocou a população maravilhense no dia 2 de janeiro deste ano, quando ela foi encontrada com uma faca cravada nas costas, na mesma noite da festa da padroeira da cidade. Três pessoas são suspeitas.

“O Ministério Público (MP) requereu a reprodução simulada com a presença dos acusados, da vítima sobrevivente e das testemunhas que presenciaram o fato. Isto porque há um jogo, com um dizendo que foi o outro que teve a ação maior ou menor. Então o MP precisa dessa reprodução simulada para esclarecer o tamanho da participação dos acusados. Nós temos a certeza que os três participaram, mas queremos saber o nível maior ou menor de cada um”, disse o promotor José Antônio Malta, em entrevista à TV Pajuçara.

Sobre a suspeita de que um dos assassinos estivesse apaixonado pela adolescente à época do crime, o promotor destacou que a reconstituição desta quinta poderá levar ao avanço da investigação nesse sentido. “Ambos se acusam nesse sentido [de ciúmes] É uma das correntes que tentaremos esclarecer, e creio que sim depois dessa reprodução simulada”, complementou Malta.

O MP denunciou três pessoas pelo assassinato de Ana Clara e elas devem responder por feminicídio e tentativa de homicídio triplamente qualificado.

Possível motivação do crime

Segundo os autos, um dos suspeitos tinha interesse de se relacionar com Ana e se revoltou ao vê-la conversando na calçada de uma creche com um adolescente. Então ele e mais duas pessoas resolveram simular um assalto para matá-los sem levantar suspeita, no dia da festa da padroeira de Maravilha. 

“Dois casais de adolescentes estavam próximos a uma creche e conversavam quando o carro, de cor prata, ocupado pelos três suspeitos, estacionou. Dois homens e uma mulher desceram do veículo e abordaram os casais”, mostra um relato feito no dia seguinte ao assassinato.

Dos dois casais, dois adolescentes, amigos de Ana Clara, foram liberados pelo trio. Já a vítima e o adolescente com quem conversava foram espancados. O menor ainda conseguiu esmurrar um deles e, apesar de ser atingido por um golpe de faca nas costas, fugiu.

A menina não conseguiu se livrar das agressões e foi brutalmente atingida com golpes de faca na região glútea e escapular. Como demonstração de perversidade, os criminosos ainda deixaram a faca peixeira cravada nas costas dela e abandonaram o corpo. 

Depoimentos revelam perseguição

Os depoimentos colhidos durante a investigação do caso revelam que o denunciado interessado em se relacionar com Ana tinha o costume de vigiá-la e persegui-la em festas e outros lugares públicos.

Após a morte da adolescente, os três foram para casa, como se nada tivesse ocorrido. Os suspeitos foram presos no dia 5 de janeiro, três dias após o assassinato.

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