Nada é tão ruim que não possa piorar. É isso que se pode dizer da saúde pública de Marabá. Trata-se de um setor que é deficitário há décadas, mas que agora parece viver seu pior momento. Uma prova disso foi a inusitada cena registrada esta semana de uma paciente sendo levada na carroceria de uma caminhonete para o Hospital Municipal de Marabá (HMM), porque a cidade de arrecadação bilionária é incapaz de oferecer uma ambulância para fazer este serviço. Mas isso não é tudo.
Nesta quarta-feira (14), nossa equipe foi ao HMM e constatou por lá mais precariedade no atendimento. É o caso do paciente Raimundo de Souza, que está com problema de fígado há dois dias no HMM. Quando a reportagem do CORREIO conversou com o rapaz, ele estava sentado em uma cadeira de plástico e disse que ali permanece há dois dias, onde está tecnicamente “internado”, por absoluta falta de leito.
A reportagem também conversou com Adeli Silva, que está acompanhando o esposo Gabriel Cardoso, desde segunda-feira (12). Ele sofreu uma fratura devido a acidente de moto e está desde então aguardando para fazer uma cirurgia, mas ainda não conseguiu. Ela classificou o atendimento de “humilhante”.
Também por lá, conversamos com Joarisson Ferreira, que acompanha seu pai, com diabetes, internado há mais de dois meses no HMM. “Tem pessoas deitadas no corredor do hospital. Não tem cadeira de roda. Tem uma cadeira pra banho num hospital desse tamanho”, relata.
Procurada a se manifestar sobre o assunto, a Prefeitura Municipal de Marabá tem dado o silêncio como resposta.
(Chagas Filho)
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