Duas perdas gestacionais comoveram o público nesta semana. A apresentadora Tati Machado, que estava na 33ª semana de gravidez, deu entrada na maternidade na segunda-feira, 12, após perceber a ausência de movimentos do bebê. Exames constataram a parada dos batimentos cardíacos e, diante da situação, Tati precisou passar pelo trabalho de parto. “Um processo cercado de amor, coragem e profunda dor”, destacou a equipe da apresentadora em nota oficial.Também na segunda-feira, foi divulgada a notícia da perda gestacional da atriz Micheli Machado, esposa do ator Robson Nunes. Grávida do segundo filho do casal, Micheli precisou passar por uma cesárea de emergência no sábado, 10. Eles já são pais de Morena, de 13 anos. A assessoria do casal comunicou que a perda aconteceu na reta final da gestação.O que dizem os especialistasDiante da comoção causada pelos casos, o Portal A TARDE ouviu dois especialistas para entender as causas mais comuns de óbito fetal e esclarecer dúvidas recorrentes.O obstetra Caio Lessa explica que o óbito fetal ou natimorto – quando o bebê morre ainda no útero ou nasce sem vida – é mais comum do que se imagina, afetando cerca de seis a cada mil nascimentos. Fatores como idade materna avançada, obesidade, diabetes, hipertensão, tabagismo e histórico de perda gestacional aumentam o risco.Segundo ele, entre as causas identificáveis, a mais recorrente é a restrição de crescimento intrauterino (RCIU), que impede o desenvolvimento adequado do bebê, geralmente por disfunções placentárias. Casos agudos, como o descolamento prematuro da placenta ou acidentes com o cordão umbilical, também podem ser fatais.
Em mais de 40% dos óbitos fetais, mesmo com todos os recursos, a causa não é identificada
Obstetra Caio Lessa
Um dos principais sinais de alerta, segundo Lessa, é a redução ou ausência de movimentos fetais. “Fetos saudáveis alternam momentos de sono e vigília, e não movimentar por mais de 4 a 6 horas é atípico. Nesses casos, a paciente deve procurar atendimento imediatamente”, afirmou o médico.
Fetos saudáveis alternam momentos de sono e vigília, e não movimentar por mais de 4 a 6 horas é atípico. Nesses casos, a paciente deve procurar atendimento imediatamente
Obstetra Caio Lessa
Sobre os casos de Tati e Micheli, Lessa pondera que mesmo com exames normais, não há como garantir saúde plena do bebê. “O saudável, nesses casos, significa ausência de anormalidades detectadas, mas ainda existem limitações diagnósticas”, disse.
A médica Natália Gonçalves, especialista em reprodução humana, destacou que o acompanhamento pré-natal contínuo é essencial. “Ultrassons, exames de sangue e testes genéticos, como o NIPT, são cruciais para avaliar o desenvolvimento do feto e prevenir complicações como pré-eclâmpsia ou trombofilia”, explicou.
Ela reforça que o cuidado integral com a saúde materna é o principal fator de proteção: “Um pré-natal bem feito é o caminho mais seguro para garantir o bem-estar da mãe e do bebê”.
| Foto: Reprodução | Pexels