Os pais do jovem Gabriel Lincoln Pereira da Silva, morto durante uma suposta tentativa de abordagem policial, em Palmeira dos Índios, interior do estado, foram recebidos pelo Ministério Público de Alagoas (MPAL), nessa terça-feira (13). As circunstâncias da morte ainda estão sendo investigadas pela Polícia Civil (PC).
Como parte da atuação do MPAL, a 6ª Promotoria de Justiça solicitou ao Comando do 10ª Batalhão de Polícia Militar informações sobre o histórico da guarnição envolvida na ação, a exemplo se há algum Inquérito Policial Militar (IPM) instaurado.
Aos pais de Gabriel, o promotor de Justiça João de Sá Bomfim Filho informou que aguarda o resultado da investigação para adotar os próximos passos em relação ao caso.
“Recebemos hoje os pais do Gabriel Lincoln, acompanhados do advogado da família, foi prestada toda solidariedade, além de nos colocarmos à disposição. No entanto, o Ministério Público não tem como se antecipar aos trabalhos da Polícia Civil”, disse, acrescentando que acompanha os desdobramentos de perto.
“Estamos acompanhando e colaborando com os trabalhos da Polícia Civil e nos comprometemos a adotar as medidas necessárias após o recebimento do inquérito. Se tiver de responsabilizar quem quer que seja, será feito. Deixei bem claro que acredito na seriedade dos delegados atuantes no caso, os quais têm demonstrado competência e posturas sensatas no que desempenham na região”, afirma o promotor.

João de Sá Bomfim Filho destacou ainda que algumas diligências, consideradas fundamentais, estão em curso, a exemplo da análise de imagens captadas por câmeras espalhadas na cidade e nos estabelecimentos comerciais, além de perícia veicular, exames residuográficas e balísticos nas armas dos policiais militares.
Márcio Dória, titular da 6ª Promotoria de Justiça de Palmeira dos Índios, do Controle Externo da Atividade Policial, enfatizou que o Ministério Público está vigilante em relação ao caso.
“Durante a reunião foram esclarecidos os próximos passos, também os encaminhamentos que o Ministério Público já fez, falamos das solicitações, reuniões que já foram efetivadas com a equipe de policiais e de delegados designada, além do avançado andamento do procedimento de investigação policial. A promotoria informou que está envolvida para saber de possíveis partes em desfavor da guarnição por outros atos, se há algum procedimento interno, bem como se colocou à disposição dos familiares para as informações que desejarem sobre os próximos passos a serem determinados, quando da conclusão do inquérito policial”, declara o promotor.
Gabriel Lincoln foi baleado durante uma abordagem policial enquanto tentava escapar de policiais militares, pois segundo a família, estava sem habilitação. Segundo a PM, ele teria desobedecido a ordem de parada e atirado contra os agentes, que teriam revidado. No entanto, a família contesta essa versão e afirma que o jovem era inocente e nunca usou arma.