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Sintomas relacionadosAssim como os homens, as mulheres estão expostas a fatores de risco como hipertensão, diabetes, obesidade, sedentarismo e tabagismo. No entanto, há especificidades femininas que tornam o cenário ainda mais complexo.“A mulher tem a menopausa, que há uma redução do estrogênio. O estrogênio é um hormônio que protege as mulheres para as doenças cardiovasculares, antes da menopausa. Ele tem o efeito protetor sobre os vasos do nosso corpo. Com a queda, a gente começa a ter um aumento ainda maior do risco de doenças cardíacas”, explica a cardiologista.
Dra. Tais Sarmento, coordenadora do serviço de cardiologia do Hospital da Bahia
| Foto: Arquivo Pessoal
Além disso, fatores ligados à gestação, como pré-eclâmpsia, diabetes gestacional e uso prolongado de anticoncepcionais também elevam as chances de desenvolver doenças cardíacas ao longo da vida.Mas não é só o corpo que pesa: o estilo de vida imposto às mulheres também contribui. A dupla jornada de trabalho, com responsabilidades familiares e profissionais, gera níveis altos de estresse, reduz a qualidade do sono e dificulta a prática de atividades físicas regulares.“Muitas vezes elas são mais sedentárias porque não têm tempo, estão cuidando da família e do trabalho. Estão mais expostas a ansiedade, depressão, e todo esse estresse influencia diretamente na saúde dessa mulher”, pontua.Diagnósticos tardiosAs manifestações das doenças cardíacas nas mulheres nem sempre seguem o roteiro clássico de dor intensa no peito e falta de ar. Elas muitas vezes sentem apenas mal-estar, sudorese excessiva, enjoo ou dor nas costas.Foi o que aconteceu com Jacira Dias, 71 anos. Apesar de se cuidar, a aposentada vinha sentindo dores nas costas e uma sudorese incomum – sintomas que ela achava ser da coluna. Depois de procurar a Dra. Tais Sarmento, a insistência da médica por um exame com contraste revelou um entupimento severo.“A doutora Taís foi muito perspicaz. Ela prestou atenção no que eu estava dizendo, pediu logo o exame com contraste. Foi a minha sorte. Detectaram o entupimento, fiz o cateterismo e angioplastia de emergência. Hoje estou bem. Se eu tivesse infartado, seria fatal. Ela me deu uma nova chance de vida”, relata Jacira.
A aposentada Jacira Dias, de 71 anos
| Foto: Arquivo Pessoal
Prevenção salva vidasPara diminuir o risco de doenças cardiovasculares, os especialistas recomendam a adoção de hábitos saudáveis e acompanhamento médico regular, principalmente a partir dos 40 anos.Entre as orientações estão a prática de pelo menos 150 minutos de atividade física por semana, alimentação pobre em gordura saturada e rica em frutas e verduras, controle do estresse, sono de qualidade e abandono do cigarro. O check-up cardiovascular inclui exames como eletrocardiograma, ecocardiograma, teste ergométrico e exames laboratoriais.“A avaliação cardiológica deve ser individualizada, mas todos devem acompanhar seus fatores de risco. Muitas doenças se desenvolvem de forma silenciosa. E é importante lembrar que, nas mulheres, os sintomas podem ser diferentes, então toda queixa deve ser levada a sério”, reforça a Dra. Tais.Jacira hoje vive bem e segue em acompanhamento, mas deixa um recado: “Coração bate, mas também apanha. Conselho? Cuide do seu coração para não ter surpresas desagradáveis. Prevenção sempre.”