Morador de Lajeado resgata coleção de chaveiros antigos da região após enchente

Entre os escombros e a lama deixados pela enchente que atingiu Lajeado em maio de 2024, um item inesperado trouxe lembranças e emoção para o morador Paulo Rogério Cenci, de 62 anos: uma coleção de chaveiros antigos, com logotipos de empresas e instituições que marcaram época na cidade e na região.

A coleção, guardada na casa do sogro de Paulo, foi descoberta durante a limpeza do imóvel, tomado pela água. “A gente perdeu tudo lá dentro, mas quando comecei a limpar, começaram a surgir coisas que a gente nem lembrava que existiam. Entre elas, essa coleção, que me surpreendeu muito. Cada chaveiro traz uma memória, uma história do nosso passado”, conta.

Os chaveiros fazem referência a escolas, comércios e indústrias conhecidas da região, como o Colégio Madre Bárbara, o Castelinho, a Lacesa – que mais tarde foi comprada pela Parmalat –, empresas de Estrela e Encantado, como postos de combustíveis, fábricas, colégios, prestadores de serviços e outros. “Essas empresas são todas da época em que a gente era jovem. Eu nasci em 1963, e tem chaveiros aqui com datas dessa época. É uma lembrança muito bonita”, comenta.

Segundo Paulo, a coleção foi feita pelo sogro, como forma de presentear a filha. Todos os chaveiros resgatados têm ligação com Lajeado e municípios próximos. “Eu nunca tive o costume de colecionar, mas essa descoberta me tocou muito”.

Para ele, preservar esse tipo de memória é fundamental. “Isso aqui conta a nossa história. É um jeito de lembrar como era a cidade, quem fez parte dela. São pequenas coisas que nos conectam ao nosso passado e que merecem ser guardadas.”

Colecionar memórias: a importância das coleções e o fascínio pelos chaveiros antigos

Desde álbuns de figurinhas até selos, moedas ou miniaturas, colecionar é uma atividade que acompanha o ser humano há gerações. Mais do que um hobby, manter uma coleção é uma forma de preservar a história, registrar hábitos culturais e manter viva a memória afetiva de determinados períodos.

No caso dos chaveiros, o nome correto da prática é copoclefilia — embora pouco conhecido, o termo define os apaixonados por reunir essas pequenas peças utilitárias que, muitas vezes, carregam o logotipo de empresas, eventos, produtos ou lembranças de viagem.

Cada chaveiro pode representar uma época, um lugar ou até mesmo uma marca que já não existe mais. Por isso, coleções desse tipo ganham valor histórico e sentimental com o tempo, principalmente quando reúnem itens de comércios e instituições locais que fizeram parte da vida da comunidade.

Além do aspecto nostálgico, as coleções também ajudam a contar histórias invisíveis nos registros oficiais. Um chaveiro de um antigo posto de gasolina ou de uma escola já fechada, por exemplo, pode trazer à tona lembranças pessoais e coletivas que constroem a identidade de uma cidade ou região.

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