Coletivo A Gente transforma Felipe Camarão em palco vivo de arte, memória e esperança

“Meu quintal é maior do que o mundo”, escreveu Manoel de Barros. E é nesse quintal expandido pelas palavras, ritmos e memórias que o Coletivo A Gente faz florescer poesia em meio ao concreto de Felipe Camarão, na Zona Oeste de Natal. Mais do que um bairro, o território vira cenário, vira palco, vira sementeira de futuros possíveis.

Crianças, jovens, adultos e anciãos dançam juntos na roda da memória. No centro, o fogo — símbolo e ação — aquece histórias, cozinha afetos e acende a ancestralidade adormecida. É o Fogo da Memória, uma das ações do projeto Obompó-Ropongá, que vem transformando vidas, com apoio do Governo do Estado do RN, Fundação José Augusto, Programa Cultural Câmara Cascudo, Neoenergia Cosern e Instituto Neoenergia.

Para os olhos que filmam e os ouvidos que escutam, ali está uma pauta viva. Felipe Camarão pulsa cultura, e o Coletivo A Gente é o coração desse movimento. No cenário de uma praça comum, câmeras podem registrar o extraordinário: a metamorfose de um bairro contado por quem o habita — com suas dores, amores, lendas e conquistas. É cinema real. É documentário espontâneo.

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“Da lagarta à borboleta, tanto as crianças quanto os adultos vivem aqui uma transformação profunda. Elas criam, se reconhecem, se curam. E os mais velhos, mestres de saberes, são pontes com a nossa própria história. Somos um coletivo que planta sonhos e colhe pertencimento”, explica Alisson Lima, artista e educador do projeto.

Sobre o projeto

Obompó-Ropongá nasceu do conto banto “O Sonho da Tartaruga” e cruzou oceanos de memória para ensinar resistência. Suas ações se espalham como sementes em Felipe Camarão, nos assentamentos rurais de Senador Elói de Souza, Lagoa de Velhos e Serra Caiada, e florescem em oficinas de literatura, rodas de memória e encontros com saberes indígenas e africanos.
“Aqui, eu aprendi a enxergar o mundo com mais cor. Com arte. Com amor. Isso mudou minha vida completamente”, emociona-se Damares Kayllany, moradora e participante do projeto.

A iniciativa também promove inclusão e geração de renda pela economia criativa, e resgata a autoestima de comunidades periféricas por meio da arte-educação, abraçando identidades diversas: jovens negros, LGBTQIAPN+, neurodivergentes, moradores das margens. Porque a arte, aqui, é um direito — e um caminho para existir com dignidade.

📍 Próximas edições do Fogo da Memória:

  • 15 e 25 de Maio — Praça Santa Paula Frassinetti, Felipe Camarão (Natal) — 19h

Entrada gratuita

Informações: [email protected]

📱 Redes sociais: @coletivoagente

Imagens fortes, vozes potentes, histórias que não cabem em roteiro. Essa é a televisão que se faz no chão. Venha contar com a gente.

  • O Coletivo está disponível para entrevistas.
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