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Pagamento do Bolsa Família com moeda socialO Bolsa Família já possui respaldo legal para esse tipo de operação. A legislação permite que a Caixa Econômica Federal utilize os chamados “arranjos locais de pagamento”, categoria que inclui os bancos comunitários.O novo modelo começaria de forma experimental, com uma parcela de municípios selecionados. A intenção é expandir para todas as localidades que já contam com bancos comunitários — hoje, são 182 em todo o país, segundo a Rede Brasileira de Bancos Comunitários. Já existem cerca de 250 mil usuários de moedas sociais e mais de 30 mil estabelecimentos comerciais cadastrados que aceitam esse tipo de pagamento.Na Bahia, por exemplo, existem 10 bancos comunitários ativos, cada um com sua própria moeda social. A política estadual de finanças solidárias é coordenada pela Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre).O secretário da Setre, Augusto Vasconcelos, destaca a importância da estratégia para inclusão econômica e combate à pobreza:“Temos iniciativas importantes de bancos comunitários, moedas sociais, fundos rotativos, que têm ajudado a alavancar os empreendimentos, gerando renda para diversas comunidades. Também estamos expandindo o microcrédito do governo do estado, o CrediBahia, assinamos mais de 220 termos de cooperação com municípios e emprestamos mais de 700 milhões de reais desde o início do programa para pessoas que não teriam acesso a crédito em bancos tradicionais, o que impulsiona a distribuição de renda”, diz Vasconcelos.Impacto social e econômicoA expectativa é que o pagamento do Bolsa Família via bancos comunitários gere um impacto positivo imediato nas economias locais, aumentando o consumo interno e fortalecendo pequenos comércios. Apenas na Bahia, o programa transfere aproximadamente R$ 1,6 bilhão por ano.Segundo Joaquim Melo, presidente da Rede Brasileira de Bancos Comunitários e fundador do pioneiro Banco Palmas, no Ceará, cerca de R$ 1 bilhão circularam em moedas sociais no Brasil apenas em 2024. Ele também apresentou a plataforma digital comunitária e-dinheiro, que será integrada ao sistema baiano.Um exemplo prático desse modelo é o município de Indiaroba, em Sergipe, onde o Banco Popular de Indiaroba opera com a moeda Aratu. Segundo o ex-prefeito da cidade, 321 empreendedores locais já realizaram mais de 64 mil operações financeiras solidárias, com mais de 3.300 contas ativas.