Lula afirma que parceria comercial entre Brasil e China é indestrutível

“Se depender do meu governo e se depender da minha posição, Brasil e China serão parceiros incontornáveis”, foi isso que disse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) após encontro com empresários brasileiros e chineses no país asiático durante agenda internacional. Na ocasião, o chefe do Executivo defendeu a parceria com a China e criticou a postura econômica protecionista dos Estados Unidos. “A China precisa do Brasil e o Brasil precisa da China.”Segundo o presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), entre os resultados práticos da viagem presidencial estão os novos investimentos que os chineses realizarão no Brasil, que chegam a R$ 27 bilhões. A cifra é composta por, entre outros projetos: R$ 6 bilhões da montadora Great Wall Motors (GWM), para expandir as operações no país; R$ 5 bilhões da Meituan, dona da plataforma de delivery Keeta, que será implantada no Brasil; R$ 5 bilhões serão investidos na Endivision, que construirá um parque industrial net zero, ou seja, sem emissões de carbono; e, por fim, R$ 3 bilhões da CGN, estatal de energia nuclear, para projetos de energia solar e eólica no Piauí.Lula também aposta no fortalecimento das relações comerciais com Pequim. Durante a agenda, o presidente lembrou que foi o primeiro a apoiar o país asiático a ingressar na Organização Mundial do Comércio (OMC), para ser reconhecido como economia de mercado.“Não me arrependo de ter tomado aquela decisão, porque a China hoje é o maior parceiro comercial do Brasil”, afirmou.Diversos setores da economia brasileira, no entanto, queixam-se da crescente entrada de produtos chineses a preços considerados predatórios no país. É o caso da indústria siderúrgica, que representa atualmente 25% do consumo brasileiro de aço, ante uma média histórica de 11%. As indústrias pedem o endurecimento das regras para importação.Durante o encontro, Lula apresentou uma visão mais favorável ao avanço chinês no comércio internacional. “A China tem sido tratada, muitas vezes, como se fosse uma inimiga do comércio mundial, quando, na verdade, a China está se comportando como um exemplo de país que está tentando fazer negócios com os países que foram esquecidos durante os últimos 30 anos por muitos outros países.”Quer mais notícias internacionais? Acesse o nosso canal no WhatsAppO presidente brasileiro aproveitou o encontro para criticar a política econômica protecionista dos EUA, sublinhando seu apoio ao maior intercâmbio comercial entre os países. “É por isso que eu não me conformo com a chamada taxação que o presidente dos Estados Unidos tentou impor ao planeta Terra do dia para a noite.”De acordo com Lula, o multilateralismo garantiu a harmonia entre os países após a Segunda Guerra Mundial: “Não foi o protecionismo. O protecionismo no comércio pode levar à guerra, como já aconteceu tantas vezes na história da humanidade”, expôs.
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