Leia Também:
Felipe Bardi é campeão dos 100m do Sul-Americano de Atletismo
Campeão Mundial; Calderano deve subir para o top 3 do mundo
A partir de então, ele não desgrudou mais. Aos 22 anos, se apaixonou pelo slack, se tornou o “Mago do Equilíbrio” e, apenas oito anos depois, se consagrou campeão mundial do esporte. “Quando vi a imagem, pensei imediatamente: é isso que quero fazer na vida”, conta.
Matheus Vidal, atleta de slackline
| Foto: JONAS KONIJNENBERG
Aos 30 anos, Matheus se tornou o atleta top 1 do mundo em slackline, após correr cem metros em apenas 46 segundos em cima de uma fita suspensa a cem metros de altura. Anteriormente, o feito mais impressionante na modalidade era do alemão Sascha Grill, que percorreu o mesmo percurso, mas em um minuto e sete segundos.A Copa do Mundo de slackline foi disputada na Bélgica, e teve o baiano como único representante da América Latina. Contra o próprio Sascha, Matheus venceu em técnica, equilíbrio e velocidade, e se tornou o grande detentor do recorde mundial.“Estou muito feliz com o resultado. É sempre uma honra muito grande representar o Brasil e a Bahia em competições internacionais. Volto para casa com a certeza que dei o meu melhor”, afirma.
Matheus Vidal, atleta de slackline
| Foto: Divulgação
O futuro do slacklineO título mundial, apesar de ser o mais importante, não foi o primeiro da carreira de Vidal, que já havia quebrado o recorde de maior highline urbano das Américas em 2022. Atingindo a marca em São Paulo, no Vale do Pacaembu, ele percorreu 510 metros de fita (177 metros a mais do que o recorde da época) a 68 metros de altura, e com um detalhe a mais – de olhos vendados.Assim, ele se tornou o maior atleta de highline do país, sem perder uma competição em oito anos. “No nosso país, temos em torno de oitocentos praticantes de highline, sendo apenas quatro deles baianos. Modéstia à parte, eu sou o que tem mais título no Brasil, e estou invicto desde 2017”, afirma.
Matheus Vidal, atleta de slackline
| Foto: Divulgação
Agora, os próximos passos já começam a serem planejados por Matheus, que mora em Cocalzinho de Goiás desde que saiu do Capão, onde morou por oito meses. O plano é seguir com a rotina de treinos e continuar dando aulas do esporte como fonte de renda.Para competir fora do Brasil, Vidal conta com apoios do Governo do Estado da Bahia, que o ajudou a pagar a passagem de volta da Bélgica, mas pretende continuar sua preparação em território nacional. A próxima meta, após a Copa do Mundo, é o segundo mundial de 2025, disputado em Paris, na França, de 13 a 15 de junho.
Matheus Vidal, atleta de slackline
| Foto: JONAS KONIJNENBERG
“Se permanecesse na Bélgica até a prova de Paris, como era inicialmente a única opção possível, teria que trabalhar para me sustentar, não sobrando tempo para me dedicar aos treinos. Por isso, agradeço muito a Sudesb (Superintendência de Desportos do Estado da Bahia) pela possibilidade deste retorno que, com certeza, fará toda diferença na minha participação no próximo mundial”, comenta.O objetivo final, no entanto, está onde tudo começou – Matheus sonha em voltar para casa, onde cresceu com sua família de pescadores, e espalhar a cultura do esporte e do slack pelo interior baiano.
Matheus Vidal, atleta de slackline
| Foto: Divulgação
“Quero voltar para Itamaraju e ensinar o skyline e o highline para as crianças, para os jovens. Não tive nenhum acesso à arte e ao esporte quando era mais novo, mas sonho em transformar vidas no meu estado”, afirma.