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“Será algo extraordinário, no sentido de desenvolvimento econômico para o interior do Brasil, para as regiões mais pobres. Eu não tenho dúvida nenhuma. Ecologicamente é mais sustentável, é mais seguro e é mais barato”, acrescentou a ministra do Planejamento.Ainda de acordo com Tebet, o diálogo do Brasil com a China acerca da construção dessas rotas bioceânicas na América do Sul começou já nos primeiros meses de governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em 2023. Na avaliação do governo federal, os chineses são o parceiro ideal para tocar esse projeto, já que só eles possuem o volume de recursos necessários para investir em ferrovias.“Na primeira reunião que tivemos no Palácio da Alvorada com o próprio presidente Xi Jinping, eu tive a oportunidade de falar das rotas e percebi que eles estão muito interessados em ajudar a rasgar o Brasil com ferrovias. A gente sabe que, com exceção da China e talvez dos Estados Unidos, não existe dinheiro público suficiente para fazer ferrovia, porque é muito caro”, afirmou Tebet.“Estou muito otimista. Eles pediram para colocar as rotas de integração sul-americana como um dos eixos de trabalho”, concluiu a emedebista.Visita à BahiaUma delegação da China esteve em Ilhéus, no último dia 16 de abril, acompanhada de representantes dos governos Lula e Jerônimo Rodrigues (PT). A visita chinesa foi considerada uma declaração de interesse na inclusão da Bahia no projeto das rotas bioceânicas.A expectativa é que os chineses elaborem e entreguem, nos próximos meses, um estudo de viabilidade desse novo corredor ferroviário, ligando a Bahia ao Peru, e dando fim à espera dos baianos em relação ao Porto Sul e à Fiol.Esse investimento chinês, especulado em aproximadamente R$ 30 bilhões, estaria sendo motivado ainda mais pela guerra comercial empreendida pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra a China. Após os norte-americanos conseguirem fechar as portas do Canal do Panamá para os chineses, agora o governo da China foca na construção de alternativas.O interesse de estatais chinesas em investir na Bahia também foi confirmado recentemente ao Portal A TARDE pelo secretário estadual da Casa Civil, Afonso Florence (PT), e pelo presidente da Bahia Mineração (Bamin), Eduardo Ledsham.“Eles têm interesse geopolítico e é razoável supor que haja uma margenzinha de risco que eles corram, porque eles querem fazer uma parceria com o Brasil, que é no quintal dos Estados Unidos. Então, a geopolítica pode convir. É uma possibilidade real”, disse Florence.