Febre do Oropouche: primeiro caso confirmado no RN

A febre do Oropouche, uma arbovirose com sintomas semelhantes à dengue e zika, foi registrada pela primeira vez no Rio Grande do Norte. A confirmação do caso ocorreu nesta quarta-feira (11), envolvendo uma idosa residente em Parnamirim, região metropolitana de Natal. A paciente, diagnosticada no fim de agosto, apresentou sintomas leves e foi atendida em um hospital privado da capital, sem a necessidade de internação.

Embora o caso registrado no RN não tenha evoluído para gravidade, o surgimento da febre do Oropouche em solo potiguar acende um alerta para a vigilância da doença no estado. Segundo a coordenadora de vigilância em saúde da Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap),Diana Rego, “o momento é crucial para que os serviços de saúde permaneçam atentos à identificação de novos casos”. Ainda segundo Diana, as equipes de saúde já estão em campo na área onde o primeiro caso foi registrado, mas não há, até o momento, indícios de novos contágios relacionados.

A Sesap intensificou as recomendações para os serviços de saúde em todo o estado, com foco especial em grupos de risco, como gestantes e idosos, que requerem maior atenção devido à fragilidade em eventuais infecções. De acordo com a Secretaria, 17 casos suspeitos de febre do Oropouche foram notificados no estado até agora, dos quais nove ainda permanecem em investigação.

A febre do Oropouche, reconhecida no Brasil desde os anos 1960, passou a se disseminar com maior força em 2024, sendo confirmada em diversos estados brasileiros. Segundo o último levantamento do Painel de Monitoramento de Arboviroses, até o dia 10 de setembro, o país já contabilizava 7.992 casos da doença, com destaque para a região Norte, onde os surtos são mais intensos. O Amazonas lidera o número de infecções, somando 3.230 casos, seguido por Rondônia, Bahia, Espírito Santo e Acre.

O Ministério da Saúde confirmou, ainda, duas mortes causadas pela doença no interior da Bahia em julho deste ano, um dado alarmante, já que, até então, a febre do Oropouche não havia sido associada a óbitos na literatura científica mundial. As vítimas eram mulheres jovens, sem comorbidades, que desenvolveram sintomas semelhantes a casos graves de dengue.

Até agosto de 2024, o Rio Grande do Norte, juntamente com o Distrito Federal, Goiás, Paraná e Rio Grande do Sul, ainda não havia registrado casos da febre do Oropouche. Com a confirmação recente, o estado entra no mapa da disseminação da doença. Além disso, o aumento no número de notificações suspeitas aponta para a necessidade de um plano de ação eficaz.

A principal forma de transmissão do Oropouche é através da picada do mosquito maruim (Culicoides paraensis), um inseto comum em áreas rurais e de vegetação densa, como manguezais e bananais. No entanto, o pernilongo (Culex quinquefasciatus) também pode atuar como vetor em regiões urbanas. Isso amplia o risco de propagação, especialmente em áreas mal urbanizadas e com presença de água parada, condições favoráveis para a proliferação do mosquito.

Sintomas e prevenção

Os sintomas da febre do Oropouche são parecidos com os de outras arboviroses, como a dengue e a chikungunya. Dores de cabeça, musculares, náusea, diarreia e febre estão entre os sinais mais comuns. No entanto, o diagnóstico diferencial com outras doenças é essencial, uma vez que o tratamento específico para o Oropouche não existe.

O recomendado pelos especialistas é o repouso, hidratação e controle dos sintomas com medicamentos para febre e dor. Em casos mais severos, o acompanhamento médico torna-se necessário, principalmente para evitar complicações.

As medidas de prevenção são fundamentais para conter a disseminação da doença. É recomendado evitar áreas com alta concentração de mosquitos, usar roupas que cubram o corpo, aplicar repelentes e instalar telas em janelas e portas. Além disso, a limpeza de terrenos para evitar o acúmulo de matéria orgânica, que serve de criadouro para os mosquitos, é indispensável.

O surgimento da febre do Oropouche no RN gera preocupação, principalmente devido à dificuldade de controle da transmissão por mosquitos. O impacto da doença, embora em menor escala até o momento, já coloca o Brasil em alerta, com a disseminação rápida em diferentes estados. O RN agora se junta aos locais que enfrentam essa nova ameaça, devendo reforçar a necessidade de ações coordenadas para proteger a população e evitar que o número de casos cresça.

Principais números da febre do Oropouche

Brasil:

  • Casos confirmados: 7.992 (até 11 de setembro de 2024)
  • Mortes: 2
  • Estados mais afetados:
  • Amazonas: 3.230 casos
  • Rondônia: 1.710 casos
  • Bahia: 886 casos
  • Espírito Santo: 458 casos
  • Acre: 270 casos

Rio Grande do Norte:

  • Casos confirmados: 1
  • Casos suspeitos: 17 (9 ainda em investigação)

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