O Ministério Público Federal arquivou a investigação de corrupção envolvendo a compra de kits de robótica para escolas de Alagoas e Pernambuco durante do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro com verbas do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação.
O motivo é surreal, para não dizer absurdo e imoral: por determinação do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, foram anuladas todas as provas – na verdade, por ordem dele foram incinerados documentos, áudios e vídeos que incriminariam os responsáveis.
Além da anulação das provas, outros motivos fundamentaram a decisão do STF de se manifestar pelo arquivamento das investigações: os municípios de Atalaia e Barra de São Miguel comprovaram que não receberam recursos do FNDE, Barra de Santo Antônio apresentou prestação de contas do que lhe foi destinado e em Branquinha não ficou comprovada improbidade administrativa ou ato doloso com prejuízo ao erário.
Na quarta-feira, 7, o Tribunal de Contas da União anulou 46 acordos firmados entre o FNDE e municípios de Pernambuco e Alagoas, após reconhecer que houve fraude na comora dos kits robótica para escolas públicas.
Fica claro que no Brasil o crime compensa – pelo menos para quem tem amigos com poderes para mandar queimar evidências de corrupção.