Carreata pede justiça por Sebastião Felipe

Uma carreata pelas rua do Centro de Juiz de Fora foi realizada na manhã deste sábado (10)  pedindo justiça por Sebastião Felipe, assassinado no Bairro Aeroporto, na Cidade Alta, no dia 23 de março, após uma briga na casa noturna Madeira’s Lounge. A manifestação de familiares e amigos da vítima ocorre três dias após a decisão do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) de conceder a liberdade para quatro suspeitos de envolvimento no crime, que teve a participação de dez pessoas, conforme inquérito da Polícia Civil.

“A família não está podendo viver o luto, pois estamos tendo que gritar constantemente por justiça. A crueldade que foi feita gerou uma dor imensa”, disse Marlene Ladeira, irmã da vítima, à Tribuna.

A manifestação mobilizou carro de som, vans e um caminhão com faixas pedindo a prisão do proprietário e dos três seguranças da boate que foram liberados. A carreata teve início na Avenida Barão do Rio Branco, próximo ao Fórum Benjamin Colucci, e seguiu em direção à Avenida Presidente Getúlio Vargas. Durante o trajeto, entre apitos e buzinas, os manifestantes pediam justiça.

Victor Oliveira Assis Madeira, João Pedro Lopes da Silva Souto, João Carlos de Oliveira e Rafael Jefferson de Souza Venâncio foram indiciados por homicídio qualificado, na modalidade de omissão, isto é, quando poderiam e deveriam agir para evitar o resultado, mas não o fizeram. Outras seis pessoas também foram indiciadas por homicídio qualificado, por terem agredido à vítima até a morte.

“Os assassinos têm o direito de responder em liberdade e passar o Dia das Mães com a mãe deles. E a minha mãe, que direito ela tem? De passar o Dia das Mães sem o filho dela, que foi morto dessa maneira?”, questiona Marlene, acrescentando que a decisão do TJMG afetou a vida da família. “A gente fica em casa com medo, nos sentindo acuados. Nesse momento eu não me sinto segura para andar na rua, eu não sei quem pode ser ligado a essas pessoas e tenho medo de represálias, porque estamos gritando, estamos nos manifestando.”

Em nota enviada à Tribuna na quinta-feira (8), o TJMG informou que, como o processo está em segredo de Justiça, a decisão pela soltura dos suspeitos não poderá ser comentada. Na data, a advogada Camila Viana, que representa os quatro indiciados, afirmou que ainda não tinha tido acesso à decisão.

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