Veículos utilitários esportivos já são responsáveis por 1 bilhão de toneladas de CO2 por ano e poluem mais que o Japão
Os SUVs conquistaram as ruas de todo o mundo, impulsionados por conforto, status e campanhas publicitárias agressivas. No entanto, um estudo recente da Agência Internacional de Energia (IEA) revela um dado preocupante: esses veículos já respondem por mais de 1 bilhão de toneladas de CO2 emitidas por ano. Se fossem um país, os SUVs seriam o quinto maior emissor de carbono do planeta, superando inclusive o Japão.
O crescimento da categoria é inegável. Em 2024, 54% dos carros vendidos no mundo eram SUVs, de acordo com levantamento da GlobalData — um salto em relação aos 48% de 2023. E essa tendência é global, com aumento de vendas tanto em países desenvolvidos quanto em mercados emergentes.
SUVs consomem mais, pesam mais e poluem mais
Os utilitários esportivos são, em média, 200 a 300 kg mais pesados que um carro comum e ocupam cerca de 0,3 m² a mais de espaço. Isso implica maior consumo de combustível — ou energia, no caso dos elétricos — e mais desgaste dos pneus, o que também contribui para a poluição atmosférica.
Entre 2022 e 2023, os SUVs foram responsáveis pelo consumo de 600 mil barris de petróleo por dia, o equivalente a um quarto do crescimento global da demanda anual de petróleo, segundo a IEA. Isso sem contar a demanda por minerais e eletricidade, no caso dos veículos híbridos e elétricos.
Impacto vai além das emissões diretas
O impacto ambiental dos SUVs não se resume à queima de combustível. A fabricação desses carros exige mais recursos naturais, e o desgaste maior dos pneus libera partículas nocivas ao meio ambiente. Mesmo os modelos eletrificados — embora menos poluentes na emissão direta — também são responsáveis por emissões indiretas mais elevadas que os veículos menores.
Além da poluição, os SUVs também agravam o trânsito urbano e aumentam o risco de acidentes, por ocuparem mais espaço nas vias e serem mais pesados.
Por que os SUVs fazem tanto sucesso, mesmo com o alto impacto?
Apesar das desvantagens ambientais e urbanas, os SUVs continuam em alta por diversos fatores:
- Aparência robusta e conforto: muitos consumidores valorizam o espaço interno, a altura do veículo e a sensação de segurança;
- Aumento do poder de compra: em mercados emergentes, o avanço da economia tem tornado os SUVs mais acessíveis;
- Resposta das montadoras: fabricantes seguem a demanda e investem em mais modelos da categoria;
- Publicidade intensa: campanhas de marketing têm sido fundamentais para construir o desejo de consumo em torno desses veículos.
Na contramão da tendência, países europeus têm promovido o uso de carros menores e mais sustentáveis. Mesmo assim, os SUVs continuam liderando as vendas em diversas partes do mundo, incluindo o Brasil.
fonte: Olhar Digital
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