Militar da reserva e fazendeiro vão a juri popular pela morte de idoso em disputa por terra, no Amapá


Crime ocorreu em novembro de 2024, na zona rural do município de Amapá. Advogado alega que sargento da reserva do Exército, autor dos disparos, agiu em legítima defesa. Caso aconteceu em novembro de 2024 no município de Amapá
Reprodução/Redes Sociais
Antônio Carlos de Araújo e o fazendeiro Francisco Canindé da Silva vão a juri popular pelo assassinato de Antônio Candeia, de 80 anos, ocorrido no dia 23 de novembro de 2024, na zona rural do município de Amapá. A decisão foi proferida nesta quinta-feira (8) pelo juiz Mark William Madureira da Costa, da Vara Única de Amapá.
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Em um vídeo gravado por uma testemunha na ápoca, é possível ver o momento em que Antônio Carlos de Araújo, que é sargento da reserva do Exército, discute com o idoso, conhecido como “Maranhão”. Após discussão e xingamentos mútuos, Antônio Carlos empurra o idoso e dispara diversas vezes contra ele.
Dezenas de pessoas acompanham o enterro do agricultor no município de Amapá
Antônio tenta se abaixar para pegar algo dentro de uma sacola preta, mas o militar da reserva o derruba no chão e atira mais vezes. Segundo as investigações, Francisco Canindé da Silva é acusado de ser o mandante do assassinato.
O exame pericial conclui que não houve possibilidade de defesa da vítima, já que Antônio Carlos estava com a arma de fogo empunhada desde o início da gravação.
A Polícia Civil informou após as prisões dos acusados que a disputa pela posse do terreno rural começou em 2019.
“Consta no interrogatório do infrator que foi preso que a vítima teria entrado judicialmente pedindo a posse da terra, mas esse pedido foi indeferido pelo juiz da comarca de Amapá”, afirmou na época Ruben Neves, diretor do Departamento de Polícia do interior. 
De acordo com a denúncia do Ministério Público do Amapá (MP-AP), o crime foi premeditado, já que a ideia era provocar Maranhão, ao ponto dele esboçar uma reação para servir de pano de fundo para que a matassem e, posteriormente, alegar legítima defesa.
O que diz a defesa
A defesa do acusado de atirar no idoso disse que ele agiu em legítima defesa.
Nós entendemos que pelos vídeos que passaram na imprensa, o que tivemos também acesso, verificamos que é clara a defesa legítima. E vamos verificar através dos outros elementos de prova, no sentido de absorver ou de, no mínimo, minorar as consequências desse fato”, disse o advogado Evandson Mafra.
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