Inflação alta, juros elevados e desconfiança no cenário econômico estão retraindo o consumo e preocupando o setor produtivo. A avaliação é do presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Rio Grande do Norte (Fecomércio RN), Marcelo Queiroz. “Essa falta de confiança com esse juro alto, as pessoas deixam de investir. Ficam com medo de fazer investimento. E isso pode gerar um aumento no desemprego”, afirmou em entrevista à Rádio Mix.
Segundo ele, a taxa Selic em 14,75% é uma das mais altas desde 2006, mas a conjuntura atual é mais frágil. “Em 2006, a gente estava com o país em uma situação bem melhor, com inflação controlada. Hoje nós estamos com uma inflação de 14,75%, mas o Brasil vive um momento muito difícil na sua economia. Muitas incertezas. Falta de confiança do empresariado, de uma maneira geral”, completou.
Queiroz também alertou para os impactos no consumo popular. “A inflação atinge todas as camadas, todas as pessoas, do menor ao maior. Mas a gente sabe que atinge principalmente aqueles que ganham menos e seus recursos ficam, basicamente, para alimentação”, disse. Em Natal, segundo dados citados pelo presidente, 86,2% da população está endividada. “Isso pode ser uma dívida pequena, grande, pode ser uma dívida saudável. Mas ele tem essa dívida”, explicou. Trata-se de uma queda de 2,1 pontos porcentuais em relação a abril de 2024 (88,3%), mas ainda acima da média nacional (77,6%).
Sobre inadimplência, Marcelo afirmou que 36% da população da capital potiguar têm dívidas vencidas há mais de 30 dias. “Essa [inadimplência] está menor. Inclusive, diminuiu. Mas, mesmo assim, ainda é um percentual muito grande. Cerca de 10% diz que não tem como pagar.”
Fecomércio promove Semana S com mais de 100 ações gratuitas em nove cidades do RN
A Fecomércio RN realiza, entre os dias 12 e 17 de maio, a “Semana S do Comércio”, ação simultânea em nove cidades do estado com mais de 100 atividades gratuitas organizadas pelo Sesc e pelo Senac. O evento integra a mobilização nacional proposta pela CNC (Confederação Nacional do Comércio), que instituiu o dia 16 de maio como o “Dia S do Comércio”.
“Foi criado com a finalidade das federações estaduais mostrarem à sociedade as ações desenvolvidas pela Fecomércio, pelo Sesc e pelo Senac”, explicou Marcelo Queiroz, presidente da Fecomércio RN. Segundo ele, enquanto alguns estados realizam atividades apenas nos dias 16 e 17, o Rio Grande do Norte optou por expandir a programação por quase uma semana.
No dia 16, o Teatro Riachuelo recebe o “Innovation Day”, com palestras do economista Ricardo Amorim, da empresária da área de saúde Carla Sarni e do futurista Tiago Mattos. “Ele vai fazer um panorama da economia local, nacional e mundial”, disse Queiroz sobre Amorim.
Já no dia 17, a programação acontece na Arena das Dunas, das 13h às 22h, com oito carretas móveis do Sesc e Senac oferecendo serviços, além de pavilhões com oficinas, feira de empregabilidade e atrações culturais. “Nesse ano são 6 mil inscrições que já se esgotaram para a Corrida do Comércio, que começa às 15h30”, disse Queiroz. O evento termina com shows do grupo infantil Mundo Bita, atrações de forró e o sambista Dudu Nobre.
Uma das principais iniciativas será a feira de empregabilidade, que acontece no dia 14, no ginásio do Sesc, na Cidade Alta, das 8h às 12h. “Nós vamos ter mais de 20 empresas, com mais de mil vagas que serão oferecidas”, afirmou o presidente. “As empresas estão tendo dificuldade para fazer essas seleções e encontrar pessoas com capacitação.”
Os participantes terão acesso a orientação de RH, ajuda na elaboração de currículos e simulações de entrevistas. “Já pode sair de lá empregado”, disse Queiroz. As atividades também ocorrerão em cidades do interior onde o sistema S possui unidades.
Ele também diferenciou as atuações do Sesc e do Senac. “O Senac foi criado no pós-guerra para qualificação profissional. Hoje temos mais de 300 cursos, sendo 70% gratuitos”, disse. “O Sesc cuida da assistência: esporte, lazer, cultura, odontologia. Temos oito unidades móveis de saúde e mais de 4 mil alunos, a maioria no ensino infantil e fundamental, também gratuitos.”
Queiroz reforçou que, embora os serviços priorizem comerciários, são abertos a toda a população. “A gente transforma a vida das pessoas que passam pelo Sesc e pelo Senac. Só no ano passado, ultrapassamos dois milhões de atendimentos.”
