A Polícia Civil de Alagoas confirmou que investiga a participação de uma segunda pessoa na ocultação do corpo da bebê Ana Beatriz Silva de Oliveira, encontrada morta no dia 15 de abril, no quintal da residência da família, em Novo Lino, no interior alagoano. O caso chocou o estado e ganhou repercussão nacional há quase um mês.
Segundo o delegado João Marcello, que está à frente do inquérito, o laudo apontou para a possível manipulação do cadáver, o que fortaleceu a linha de investigação de que corpo de Ana Beatriz foi colocado em outro local, possivelmente uma área refrigerada. Quem mexeu no cadáver, além da mãe presa, Eduarda Silva de Oliveira, ainda não foi identificado.
“Após o fornecimento do laudo do IML, tivemos mais segurança de reforçar essa hipótese, de ela ter sido removida. A mãe da criança sustenta a versão de que agiu sozinho. Estamos com diligências, mas não podemos adiantar nada”, disse João Marcello.
“Ela disse que tirou a vida da vítima, colocou em duas sacolas e no armário. Isso teria já teria tipificado a questão da ocultação. A questão de que teria sido mudado de local, a gente está investigando se algum parente ou vizinho a ajudou. Em relação a esses terceiros, a investigação continua”, complementou.
Delegados Igor Diego e João Marcello concedem entrevista sobre o caso Ana Beatriz, de Novo Lino (Crédito: Reprodução/TV Pajuçara)
Eduarda foi indiciada por homicídio qualificado, ocultação de cadáver e comunicação falsa de crime, todos do Código Penal Brasileiro. João Marcello explicou que, até o momento, a polícia não dispõe de elementos técnicos, médicos ou psicológicos que justifiquem o enquadramento da conduta no crime de infanticídio.
“A pena do homicídio qualificado é bem alta, vai até 30 anos. Já o infanticídio dá uma redução significativa. Se ficar comprovado durante o processo que ela agiu sob violenta emoção do estado puerperal, por ter a filha há pouco tempo, o legislador penal prevê essa redução de pena”, disse ao reforçar que não houve conclusão de laudo pericial que comprove a ocorrência de perturbação psíquica decorrente do estado de puerpério.
As informações foram passadas em coletiva de imprensa no fim da manhã desta quinta-feira (08), na Delegacia-Geral de Polícia Civil, em Jacarecica.
Relembre o caso:
- Antes do defecho trágico, o desaparecimento de Ana Beatriz ganhou repercussão nacional;
- Tudo começou na sexta-feira, 11 de abril, quando Eduarda denunciou que quatro pessoas tinham sequestrado a filha, às margens da BR-101, em Novo Lino, no interior de Alagoas;
- Durante as invetigações, a mãe caiu em contradições, oferecendo diversas versões à polícia;
- Após buscas, sem sucesso, o bebê foi encontrado na mesma residência onde vivia com a mãe. O sequestro foi descartado;
- O corpo foi encontrado dentro de um armário que fica aos fundos da residência e estava enrolado em um plástico.