As ondas de calor deixaram de ser fenômenos raros e podem causar problemas à saúde, especialmente em populações vulneráveis. E neste sentido, a ingestão de um alimento bastante comum na dieta humana pode acentuar os problemas causados pela temperatura excessiva. As informações são de Carlos Nobre, do UOL.
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Digestão mais lenta atrapalha resfriamento do corpo
Além de quentes, as ondas de calor podem ser úmidas, uma combinação que dificulta a evaporação do suor e pode ser letal. Nestas condições, o corpo humano tenta se adaptar.
Uma das funções do sangue, por exemplo, é resfriar a epiderme quando a pele está excessivamente quente, num processo que ocorre com a circulação do sangue nas regiões mais periféricas.
No entanto, uma refeição pesada pode interferir neste processo. A carne vermelha, por exemplo, tem digestão bem mais lenta que a dos vegetais e frutas.
Além disso, demanda mais sangue na região abdominal. Isso significa que vegetarianos são mais resilientes às ondas de calor do que os carnívoros.
Evitar o consumo do alimento pode beneficiar também o meio ambiente
- No Brasil, onde há mais bovinos que humanos, mais de 70% das emissões de gases de efeito estufa são gerados pela pecuária e agricultura.
- Em parte pelo arroto de metano do gado e, principalmente, devido ao desmatamento e às queimadas de áreas com florestas para abrir mais áreas de pasto, muitas vezes abandonado alguns anos depois como terra degradada.
- Em solos tropicais, pastos são berçários de voçorocas (grandes buracos ou crateras que se formam no solo devido à erosão em solos empobrecidos).
- Portanto, a redução do consumo de carne bovina, além de poder nos tornar mais resilientes às ondas de calor, também pode desacelerar a geração destes gases.