Dores, constipação, distensão abdominal, diarreia, sangue nas fezes e perda de peso repentina são alguns dos sintomas que podem indicar doenças inflamatórias intestinais (DIIs), condições crônicas que chegam a cerca de 100 diagnósticos para cada 100 mil habitantes no Brasil, com crescimento de 15% ao ano. Para alertar a população, este mês marca a campanha “Maio Roxo”, que realiza no dia 19 o Dia Mundial das Doenças Inflamatórias Intestinais.São mais de cinco milhões de pessoas afetadas no mundo e os casos seguem em ascensão. Os dados são da Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP). Segundo a médica gastropediatra Daniela Imbiriba, os problemas intestinais mais comuns no país incluem a constipação intestinal, que costuma ser o distúrbio mais recorrente durante a infância.Já na adolescência e na vida adulta, os quadros mais recorrentes envolvem as DIIs, como a Doença de Crohn e a retocolite ulcerativa, além da Síndrome do Intestino Irritável (SII). Entre os idosos, a diverticulite tende a ser mais frequente.Conteúdos relacionados:Doenças raras: veja quais são e por que são chamadas assimParkinson: veja os sintomas, tratamento e como prevenir“A DII é uma doença inflamatória crônica, onde o sistema imunológico ataca o trato digestivo e essa inflamação pode levar a danos permanentes ao intestino. Os sintomas são variados, podendo apresentar diarreia, que pode ter sangue ou muco, dor abdominal, perda de peso, fadiga e outros sintomas, dependendo do tipo de DII”, explica a médica.Elas não têm uma causa totalmente definida, mas diversos fatores podem contribuir para o surgimento, entre os principais estão a predisposição genética, desequilíbrios no sistema imunológico, alterações na microbiota intestinal, hábitos alimentares e aspectos do ambiente em que a pessoa vive. No caso da Doença de Crohn, o tabagismo é um fator que pode piorar o quadro clínico.TRATAMENTOO tratamento para as DIIs, que visa controlar a inflamação e alívio dos sintomas, inclui o uso de medicamentos anti-inflamatórios, imunossupressores, mudanças alimentares e, em alguns casos, cirurgia. “A doença não tem cura, mas entra em remissão e uma dieta balanceada e mudança de hábitos de vida podem levar a uma vida absolutamente normal”, pontua.Como uma das queixas corriqueiras nos consultórios gastroenterológicos, relacionados as SIIs, a médica detalha as distinções. As síndromes não provocam danos estruturais ao intestino, e tem causa desconhecida, mas associada a fatores como sensibilidade intestinal, motilidade anormal e fatores psicológicos.“Não há um processo inflamatório envolvido e não causa danos permanentes ao intestino e o tratamento é focado no uso de sintomáticos, dieta e em alguns casos, antidepressivos, diferentemente do que acontece na Doença Inflamatória Intestinal ou câncer”.A recomendação é que, ao surgirem alterações persistentes no funcionamento intestinal, um gastroenterologista seja procurado. Já no caso de sintomas como dor anal, sangramentos, coceira ou presença de nódulos na região, o ideal é buscar um coloproctologista.Quer saber mais notícias de saúde? Acesse nosso canal no WhatsappSobre a faixa etária, ela explica que “na idade em que os sintomas surgirem” já é necessário buscar avaliação médica, mas recomenda que, a partir dos 45 anos, ou aos 40 anos para quem tem histórico familiar de câncer, seja iniciado um acompanhamento preventivo para o câncer colorretal.A incidência da Doença de Crohn em crianças e adolescentes representa até 20% dos casos diagnosticados antes dos 18 anos, segundo Daniela. “A prevalência da DII na infância e adolescência está em ascensão, e a doença quanto mais precoce se manifesta, mais grave é, exigindo atenção e tratamento especializado. Em meu consultório, atendo cerca de 3 a 4 crianças por mês”, relatou.
Campanha alerta para as doenças inflamatórias intestinais
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